ÁGUAS PARA VIRGÍNIA |
Pedro Du Bois |
Resumo: Poema |
ÁGUAS PARA VIRGÍNIA
Houve razões para você entrar
no rio e submergir em suas águas
escuras maneiras de dizer adeus
o corpo descoberto encoberto preso ao fundo
pedra lapidada ao extremo da consciência
passos decididos um após o outro
sem arrependimento ou sofrimento a morte
se apresenta com seus fantasmas zombam
da nossa fraqueza e no que riem alentam
as forças com que nos apagamos e seguimos
fria água que acolhe o corpo na entrada
nele se desdobra na frieza da alma trazida
pela vida mínima e o olhar absorto morto
ultrapassado em sua disposição de estar viva
houve razões para que a água cobrisse
a imagem refletida na entrada
como pedra submergisse e no fundo
o lodo galhos retivessem a última
vontade em que se transfigurou a sua face.
(Pedro Du Bois, em TANTAS MÁSCARAS)
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Biografia: Poeta e contista. Nascido em Passo Fundo, Rs (1947). Residente em Itapema, SC. Membro do Clube dos Escritores Piracicaba e da Academia Itapemense de Letras. |
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