Felicidade não é algo palpável ou mensurável.
É um sentimento, um estado de espírito,
algo que se sente com o coração,
portanto, algo que existe dentro de nós
e que precisa ser despertado para que se possa sentir.
Só floresce, quando identificado com os olhos do coração,
que não sabem identificar tamanho, cor ou forma.
São olhos especiais que identificam momentos.
Momentos especiais, momentos singulares.
Para ser feliz portanto,
é preciso olharmos as coisas com esses olhos,
e para produzir felicidade é preciso tornar as coisas,
por mais simples que seja, em momentos especiais.
Um bombom é um bombom!
Mas se for acondicionado em sete caixinhas,
milimétricamente confeccionadas à mão,
deixa de ser um simples bombom,
torna-se num momento especial capaz de produzir felicidade,
prá quem dá e prá quem recebe.
Prá quem dá, porque com certeza
não sentiu trabalho nenhum confeccionando as caixinhas,
não achou muito, o tempo gasto na confecção,
medindo, riscando, cortando, dobrando, montando,
colando, encapando e colocando uma dentro da outra,
pelo contrário, achou pouco.
Prá dizer a verdade, não achou que o tempo foi gasto,
foi aproveitado, isso sim!
Porque com certeza foi utilizado, para pensar nas reações de quem iria receber.
Nas reações de curiosidade, de espanto,
de impaciência, de incredulidade, de divertimento.
Na reação de alegria...
Imaginou até duas mãozinhas sobre a boca, dizendo:
Não acredito!
No sorriso meigo ao abrir a ultima caixinha.
Então por um momento sentiu-se feliz,
imaginando a alegria de quem iria receber.
Prá quem recebe, porque ao abrir as caixinhas,
pode sentir diversas reações,
pode sentir que por um momento foi importante para alguém,.
Por um momento foi o centro das atenções de alguém.
Pode sentir isso notando o capricho na execução das caixinhas,
no tamanho simétrico de cada uma, na fragilidade de cada uma,
e na delicadeza de cada uma, a medida que seu tamanho foi diminuindo,
e ao abrir a ultima caixinha,
ao invés de achar que ganhou um simples bombom,
pode ter sentido que por um momento,
alguém pensou em si com muito carinho.
E nesse momento, sem ninguém saber,
pode ter deixado escapar um sorriso meigo de felicidade...
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