A mais bela poesia
Encanta o mais triste ser
Provoca lágrimas de alegria
Grita nos palácios

O poeta se embebeda na magia
Expressa a dor de um sonhador
Alivia a alma triste e fatigada
Do sofrimento e da angústia

Quisera eu viver na ilusão
Onde o sentido da vida é sem sentido
Onde o aljôfar de águas cristalinas
Sobre os corpos de mansinho faz chover

Quisera eu não mais obedecer
O triste e cego coração de um pobre homem
A enganosa e sequiosa alma
Que a cavalgar no mundo da ilusão
Transforma o homem num ser sensível

A essência do belo
Não se define num olhar
Não se denomina num instante
Cria asas da liberdade

A mais bela poesia
É o desabrochar das flores
É o cantar dos pássaros
É o divagar dos sonhos

É o chorar no mundo da lua
Nas ruas do mundo
Nas alamedas da vida
De uma vida toda

A bela poesia é quase a verdade
É o verossímil
O belo é quase o descritível,
Parte do definível, talvez...

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