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Sobre Paulo Coelho
Flora Fernweh

Ontem à noite finalizei a leitura de O Zahir, outro belo livro do mago da literatura brasileira. Tive meu primeiro contato com Paulo Coelho aos 15 anos, quando delicadamente me surpreendi com as lições de O Alquimista e a magia árida que o livro despertou em meu jovem coração. Não me considero uma pessoa religiosa, mas as obras de Paulo Coelho alimentam a minha alma, e basta uma atenção à espiritualidade para deixarmo-nos levar pelas palavras do autor e tomá-las como necessárias à nossa vida.

Mas a magia de Paulo Coelho, diferentemente de outros escritores-feiticeiros, é bastante esclarecida e não se apresenta como um enigma de difícil compreensão. Não é como Clarice Lispector, cuja mágica está impregnada nas palavras herméticas e que requerem uma leitura muito mais cuidadosa, bem como retornos que extenuam os desavisados. Para mim, a leitura de Paulo Coelho é simples em seu entendimento, mas profunda nas reflexões pessoais que evoca, sem o erro de se imiscuir nos atraentes ocultismos.

Posteriormente, me encantei com a trajetória do autor pelos caminhos de Santiago de Compostela, no Diário de um Mago, e a partir daí, como uma iniciada, comecei minha constante busca pela literatura desse autor que me fascinou. Quando li As Valkírias, senti-me novamente ambientada no O Alquimista, mas desta vez sob um outro viés, mais feminino, e Maktub talvez tenha sido o livro cuja essência mais inspirou minha escrita, mas isso já era previsto e já sofria a certeza do destino, nos termos da tradução do título “tinha que acontecer”.

Já O Zahir trata de uma viagem em busca do amor, ou do que em árabe se traduz como aquilo que preenche o ser e que não pode passar despercebido. A história conta com as mais diversas paisagens e emoções, cuja jornada, que é típica das obras de Paulo Coelho, termina nas estepes do Casaquistão, quando o personagem reencontra a sua amada. É, antes de tudo, uma peregrinação solitária de autoconhecimento motivada por um amor que transcende as fronteiras, e cuja resposta mais valiosa se encontra no caminho até ele.

Tenho a flagrante impressão de que cada livro do autor chegava até mim no momento mais oportuno e de maior necessidade de seus escritos, na hora exata em que me era preciso captar a sua mensagem. Mas passei a entender, na verdade, que ao mirar a face de Deus e transcrevê-la em prosa, o autor proporciona a cada um uma experiência única, e que cada um desvenda em sua mensagem, aquilo que mais anseia, embora as obras de Paulo Coelho me pareçam ser de um esoterismo universalmente compartilhado e de uma mística que não se declara cristã apenas.

Não quero me deter sobre os críticos, mas rechaço qualquer opinião que defenda ter o autor uma pobreza vocabular e uma escrita ruim. Paulo Coelho foi simplesmente um dos autores brasileiros mais traduzidos no mundo, e como não bastasse, está entre os autores brasileiros mais lidos e de maior renome. A crítica literária é as vezes ranzinza e não compreende a peculiaridade no estilo próprio do autor, que tanto busca se aproximar daquilo que acomete a alma humana, sem os floreios desimportantes de quem não sabe aonde pretende chegar.


Biografia:
Sobre minha pessoa, pouco sei, mas posso dizer que sou aquela que na vida anda só, que faz da escrita sua amante, que desvenda as veredas mais profundas do deserto que nela existe, que transborda suas paixões do modo mais feroz, que nunca está em lugar algum, mas que jamais deixará de ser um mistério a ser desvendado pelas ventanias. 
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