Mil e uma confusões num palco e um microfone na mão. Um microfone na mão da Rosângela é uma arma. Com a arma de destruição em massa, ela se sentiu confiante para destratar uma mulher, xingar Elon Musk e vilipendiar um cadáver, desmontando, assim, uma narrativa. A sinopse de filmes da ‘Sessão da Tarde’ serve para ilustrar o nível do que aconteceu no G20.
Num festival que foi inventado para repassar dinheiro aos artistas amigos, Janja pôde estrelar o que foi apelidado de “Janjapaloosa”. Mas alguém na plateia resolveu berrar o apelido do festival. Certamente, quem gritou”Janjapaloosa”, acreditou elogiar a primeira-dama e seu espetáculo; entretanto, a reação não foi nada boa.
A moça, que é da pesada, achou que estava insultando um empresário sul-africano (Elon Musk), mas atingiu um futuro integrante do governo americano, criando uma crise diplomática; destruiu a narrativa do “terrorismo”, referindo-se ao “homem-bomba” como “bestão”; e destratou uma fã que estaria sempre disposta a aplaudir suas flatulências sonoras.
Por ter sido falado em inglês, o palavrão saiu mais brando; porém, seu destinatário recebeu com a carga do significado. Até na “Era das Trevas” dos anos 80, quando piadas, palavras e palavrões politicamente incorretos eram cometidos na mesa de jantar e no horário nobre, as dublagens dos filmes trocavam os termos mais fortes por eufemismos, como: raios, com mil demônios, o que diabos... macacos me mordam, bastardo etc.
À solta e em fúria, a primeira-dama roubou a cena. Falando em cena, descreverei a “fotografia” que define tudo: compondo a “mesa” de discussões, Felipe Neto estava apoiando o queixo com a mão, se equilibrando numa difícil postura e fazendo uma “blasé” cara de conteúdo, enquanto acompanhava a, digamos, palestra de Rosângela.
Rosângela, a Janja, acerta na forma, mas erra no conteúdo. Ela é desinibida e tem respostas rápidas; no entanto, só fala bobagens e, por apresentar uma posição reativa, ofende as pessoas.
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