O debate UOL/Folha à Prefeitura de São Paulo no 1º turno foi marcado por muita questão religiosa, perguntas repetitivas, ataques pessoais e levantamentos de assuntos exaustivos já tratados em debates anteriores pouco agregando ao eleitor e eleitora sua percepção das candidaturas. Destaque especial para má administração do tempo pelas campanhas, haviam 20 minutos para 4 blocos, o atual prefeito Ricardo Nunes esgotou o tempo deixando alguns minutos para outros adversários no 4º bloco sendo alvo das mesmas perguntas de Marçal. A apresentadora Fabíola Cidral alertou diversas vezes para esta questão durante o debate. Boulos e a candidata Tabata administraram razoavelmente e ela chegou a ficar com poucos segundos no 4º bloco praticamente parando de questionar e só rebatendo como alerta. Boulos usou quase um minuto e meio neste bloco para expor maiores problemas da atual gestão sem possibilidade do atual Prefeito sua defesa pela falta de tempo. A questão do banco de tempo não é inovadora e vemos sua aplicação em debate virtual pela primeira vez. Os 20 minutos foram pouco e senti falta novamente de políticas para 3ª idade numa cidade que terá uma população muito idosa nos próximos anos. Os ataques contra o atual Prefeito permearam o debate e ao contrário das análises feitas por alguns colunistas, não houve proposta nova, a candidata Tabata apegou-se demais ao mesmo, esperava novas ideias vindo dela e não houve. Marçal não propôs nada só atacando os demais, Boulos partiu para um estratégia de ataque e Nunes usou praticamente o tempo para se defender ou mostrar alguns números já sabidos. As questões que foram feitas vindas das jornalistas foram mais voltadas para questões partidárias e pouco voltadas para a cidade de São Paulo. Resumindo: foi mais do mesmo. A insistência de Pablo Marçal em perguntar ao Prefeito sobre questões pessoais chamou muito a atenção.
Ficou muito claro que o debate privilegiou o controle de tempo, criando uma pressão forte, temendo alguém esgotar o tempo muito antes. Propostas novas, nenhuma. Acredito que o debate UOL/Folha sinaliza que as candidaturas estão cansadas e sem novidades para apresentar. As narrativas já repetidas, muito cansativas, mostram que São Paulo terá problemas nos próximos 4 anos. O discurso de ataques, satura quem assiste e eu só acompanhei na íntegra para escrever este texto aqui. Noto que faltam ideias novas, coisas capazes de mudar efetivamente o voto, o meu já está decidido desde a confirmação das candidaturas e esperava mais da Tabata saindo do eixo Pé de Meia/Absorvente. Ela precisa trabalhar seu discurso na tentativa de trazer novidades daquilo que pretende fazer e não ficar batendo no já feito e aprovado. Perdeu a chance neste debate em inovar com ideias e mostrar números de como será feito aquilo que propõe e para quem. As demais candidaturas ficaram "atracando" e nada de novo foi visto ao não ser tentativas de criar instabilidade visando tirar alguém do sério. Se o debate visava captar votos, ao menos, a Tabata mostrou respostas mais assertivas e no meu entender novamente vence o debate. Marçal não perdeu o costume chamando Boulos de Boules e o Prefeito de bananinha sendo advertido após as suas considerações finais. O pré-debate chamou mais a atenção com o marqueteiro da candidatura Nunes aparecendo e levantando questões sobre o soco que levou.
Conforme deixei claro em outro texto, o candidato Boulos associou Nunes e Marçal no campo do Bolsonarismo e da extrema-direita. Há explicação sobre a extrema-direita em texto anterior bastando quem lê acessar e dar uma olhada aos problemas. As ausências de Datena e Marina Helena foram sentidas e creio que foi um erro deste debate não convidá-los. Após ver todos os debates, sinto que São Paulo não terá vida fácil nos próximos 4 anos. O debate da Globo que encerra o 1º turno terá que pensar para não entregar mais do mesmo tornando chato e cansativo, ouvindo ataques pessoais e sem qualquer proposta prática e real para diversos problemas que a cidade paulistana precisa resolver imediatamente. Notei esgotamento nos modelos dos debates, creio que para 2026 muita coisa precisará ser mudada, quem sabe no 2º turno ainda em 2024. Debates já são embates e nada agregam após dois ou três, sendo a mesma papagaiada de sempre. As novidades à Prefeitura de São Paulo ficam por conta da Tabata como figura que terá muitos anos de disputa e o perigo real da extrema-direita tentando através das suas marionetes, enfiar alguém na Prefeitura, visando um projeto nacional de maior amplitude e duradouro, coisa que repudio. Destaca-se duas candidaturas de extrema-direita, algo ruim para uma cidade que deseja liberdade e não submissão devido a sua importância no cenário sul-americano.
Se a Globo mantiver seu formato igual aos anos anteriores veremos muitos ataques pessoais e raras propostas. Foi a Globo, caso não esteja enganado, a inovadora no uso de banco de tempo, permitindo circular além dos púlpitos nas eleições presidenciais passadas. O certo que o debate UOL/Folha causou ansiedade para quem viu, eu mesmo torci para a Tabata parar de falar pois queimou muito tempo tentando justificar algo que as outras candidaturas precisavam fazer nos seus devidos tempos. Não sei se a Globo terá tempo para rever as regras e modelo, acredito que não, perde o eleitor e a eleitora com estes modelos já esgotados e sem a mínima condição pelo baixíssimo nível da campanha que diante do já visto melhorou bastante e ainda assim nada está agregando na definição do voto. Quanto ao cargo de Vereador, eu opto por votar em legenda. Sou adepto desta linha e valorizo o conjunto e não só a proposta única de candidatura. Nos próximos textos trarei uma análise do debate da Globo. É isto. Abraços e bom trabalho.
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