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🔵 Experimento de aprisionamento de Stanford *
Rafael da Silva Claro


Os disparos eram a esmo, praticamente só dissuadiam os fugitivos de se exporem e tornarem-se alvo fácil. Era noite, portanto, a escuridão tornava tudo muito mais difícil. Ora as moitas, árvores, montes de terra e buracos serviam, num cenário rural, como trincheiras ou simples abrigos balísticos; ora, colunas, pilhas de tijolos e construções, replicando um ambiente urbano, ofereciam alguma proteção.

De vez em quando, algum adversário era capturado, neutralizado ou abatido; infelizmente, o mesmo acontecia do nosso lado. As baixas de ambos os lados já não causavam comoção porque os combatentes representavam apenas números.

A insanidade daquele clima persecutório somatizava em suor e taquicardia; isso, com a adrenalina, aumentava a raiva. A aproximação oportunizou uma eficaz escolha do meliante a ser retirado de combate, bem como atacássemos e, com a detenção, acabássemos a busca. A segunda opção foi a escolhida.

Atacamos e exercemos todo nosso autoritarismo supostamente tolerado e permitido, então fomos contaminados pela “Síndrome do Pequeno Poder”. Começou a sessão de pancadaria e o nosso portfólio de arbitrariedades reprimidas. Porém, diante do cenário de batalha medieval e a temporária abolição das regras de amizade e convivência, o ataque final encontrou alguma resistência, então exigiu um desnecessário abuso da força que foi revelado com um pouco de poder que tomou conta da nossa personalidade. Devido à resistência, os ânimos foram alterados, e quando as personalidades suplantaram a harmonia entre aquele grupo de amigos, interrompemos o jogo.

Devido à operação fracassada, fomos acender a fogueira e abrir algumas latas de cerveja, afinal, esse era o objetivo de estarmos na cidade de Santa Isabel, não uma perseguição insana com armas de plástico. Tamanho horror, eu só tinha vivido nas antigas guerrinhas de mamona.



* Título de um filme sobre um teste psicossocial, que mostra que a natureza humana é sádica, por isso, a experiência teve que ser interrompida.


Biografia:
Ensino secundário completo. Trabalhei em várias empresas, fora da literatura. Tenho um blog, onde publico meus textos: “Gazeta Explosiva” Blogger
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