corre brisa fresca no amâgo da vida
recuando o calor infernal que incendeia a existência
soa buzina de um carro a engarrafar o destino
congestinado de desejos
rompe fumaça devastadora de uma fabrica
que polui e mata todos em tom de progresso
grita um desempregado no meio da multidão mecanica
num ato de desespero - ninguém o ouve - é a vida?
um ranger brusco de uma frenagem ecoa e a espanta
a plebe mecanizada - para - é a vida?
cotidiano continua nos esmagando aos poucos
e nós nem percebemos, e continuamos em frente..
Desterro, 1960/ Vila Embratel, 2008
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