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Infância e cibercultura
Flora Fernweh

O livro “O preço da liberdade”, da autora Sally Grindley, retrata o aprisionamento precoce da infância de uma criança chinesa em razão do trabalho infantil. De modo análogo à obra, percebe-se que no Brasil contemporâneo, o principal fator que limita o desenvolvimento infantil são os aparelhos eletrônicos e o acesso às mídias digitais, responsáveis por inserir a criança em um universo distante de sua realidade. Nesse sentido, pode-se inferir que o vício, a falta de sociabilidade e o baixo desempenho escolar decorrem da facilidade no acesso a computadores e celulares, o que impacta no desenvolvimento de sua personalidade e consequentemente, em aspectos de sua vida adulta.

Em primeiro plano, convém ressaltar que a concepção de infância variou muito com o passar do tempo. Em civilizações da Antiguidade, por exemplo, ser criança estava condicionado à socialização, ao aprendizado, às experiências e brincadeiras coletivas. Já na atualidade, o advento da globalização e da Era da Informação, proporcionaram um distanciamento entre os indivíduos, que já se verifica na primeira infância. Tal fato se observa devido às questões cotidianas que levam muitos pais a utilizarem os aparelhos eletrônicos como forma de distrair seus filhos. Sabe-se, no entanto, que os estímulos sensoriais são fundamentais na formação do ser humano, assim como o contato com seus semelhantes.

Outrossim, a exposição excessiva das crianças ao mundo digital pode desencadear a dependência dos mesmos a longo prazo, além de distúrbios advindos da manipulação que as redes sociais podem exercer sobre um indivíduo influenciável, como a perda da autoestima, o isolamento e inclusive transtornos de natureza patológica, resultantes do cyberbullying, como a depressão, que de acordo com dados apontados pela OMS, tende a atingir mais de dois terços da população mundial até 2030. Ademais, é nítido que os meios digitais podem influenciar a saúde física, o rendimento acadêmico e agravar casos de déficit de atenção e dificuldades em manter-se focado em uma atividade simples, o que compromete seu futuro profissional e sua desenvoltura para lidar com problemas comuns do cotidiano adulto.

Portanto, diante dos perigos advindos do excesso de aparelhos eletrônicos na infância e de suas respectivas consequências, é imprescindível que as Prefeituras, em consonância com a Secretaria de Educação de cada município, elabore estratégias para limitar o uso das mídias digitais nas escolas públicas por meio de cronogramas de atividades, palestras com psicólogos e profissionais da área, além de orientação às famílias. Assim, com o intuito de conscientizar primordialmente o público infantil, reduzir o uso inapropriado de eletrônicos pelos mesmos e minimizar os efeitos negativos da exposição precoce, será possível verificar uma melhoria efetiva na qualidade de vida das crianças e o zelo pela sua infância.


Biografia:
Sobre minha pessoa, pouco sei, mas posso dizer que sou aquela que na vida anda só, que faz da escrita sua amante, que desvenda as veredas mais profundas do deserto que nela existe, que transborda suas paixões do modo mais feroz, que nunca está em lugar algum, mas que jamais deixará de ser um mistério a ser desvendado pelas ventanias. 
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