Se você acha que suas ameaças de amores outros ainda me afetam, estás enganado.
Eu nada sinto mais, apenas finjo por pura pena, por culpas passadas
Eu sempre fingia, na verdade
Porque em ti, via a certeza de uma lealdade como único caminho
E assim o amor em mim raiava, uma aurora distante e brilhosa, banhada pela névoa fiel
A neblina se desfez com os sinais que a desconfiança lançava
Logo te estranhei e desconheci
E me desencontrei por ter permitido me perder na ilusão
A partir de então, não me restam mais saudades nem sentimentos
Deixei que tudo se esvaísse com a cólera
Que escreveu meu livramento.
Faço todo o escarcéu, mas é tudo encenação
Para o espetáculo de te irritar,
Apenas para você se sentir desejado,
Apenas para você sentir a culpa que também sinto
E encontrar motivos para afirmar sua frágil superioridade emocional
Para me dizer que meu ciúme é desnecessário
Quando na verdade, quem tem o controle de tudo, sou eu.
Só queria te poupar do sofrimento de me perder
Com minha companhia, que já não pode ser agradável como outrora
É dura, incisiva, de cansaço, difícil, quebra-prazeres
Mas ainda é uma companhia
Até que outro alguém me tenha por completo como você nunca me teve
O máximo que ainda sinto, é uma frouxa carência daquilo que você poderia ter sido
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Biografia: Sobre minha pessoa, pouco sei, mas posso dizer que sou aquela que na vida anda só, que faz da escrita sua amante, que desvenda as veredas mais profundas do deserto que nela existe, que transborda suas paixões do modo mais feroz, que nunca está em lugar algum, mas que jamais deixará de ser um mistério a ser desvendado pelas ventanias. |