A dor da perda desguarnece todos os sentidos. Mas, sempre há no fundo
de tal agonia, uma luz que surge para amainar o desespero. Mas esta luz
é tão interior que, para percebê-la, você há, primeiro, se
desnudar diante do caos para, enfim, alcançar
sua final e glorificação interior".
"A dor da perda é como um sentinela abatido por uma flecha sem rumo. Há de se manter firme e indeciso diante da dor; mas também há de suportá-la até o limite do próprio ser. E o homem sedento,lento e arraigado de medo, só pede uns poucos d'água que lhe aliviarão sua dor. Mas o tempo é curto.E curta foi sua vida que, finalmente, se abate e pruma ao chão já sem vida.Virou herói e levou consigo um pouco do que lhes davam: o sobrevôo noturno das vagas estrelas que lhe pendiam todas as noites."
E há de ser guarnecer a dor com altruísmo. E há de se tomar chá junto aos reis e rainhas; e há de se desfilar aos juncos úmidos de uma madrugada sem prumo.
Há dor.E ela existe, há de se saber subjugá-la.Mas espreite:diante da solidão e do aparente vazio, sabem lá os reis, há uma remanecente sobrevivência - aquela que vivo estás e morre como pedra-lavada pelas estranhas da alma, até conseguir a paz que, um dia, certamente, lhe será entregue por uma rainha.A doce rainha dos sonhos".
|