Hoje, vou fazer meu
rouxinol,
sem ter pásssaros;
vou fazer do bolo
uma festa,
da faina,
a augusta paz de nós dois.
Hoje vou sair de pronto,
vestido de 15 anos,
vou cobrir com
um manto encantado
a voz amarga
que soluça
no meu canto de meia-luz.
Hoje, vou caminhar sozinho,
ao lado de sombras
e desejos.
Hoje é meu dia,
só não é santo porque
há pouca sorte na minha virtude.
E, de passagem,
vou lembrar de você:
tão simples assim.
E por ser tão simples
assim, é que desmando
de amores de cotovias,
de sereno e passivo,
com uma imensa saudade
que tem seu nome:
lá no
espírito dos bons,
que sopra,
e me assedia
de saudades.
Somos o que divide
e o que nos une,
somos sem explicação,
por isso também somos
a eterna dúvida.
Que se divide entre a dor
da vida que sempre
sonhou
com a dor de nunca
ter você !
E saber que nós viramos
pó de varrer
e amantes até morrer !
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