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Em prol da humanidade
Flora Fernweh

Um jovem muçulmano era proveniente de uma família pouco abastada economicamente, entretanto, extraordinariamente rica em ética, caráter e virtudes, que vislumbrava a vida da forma mais simples, e ao mesmo tempo, mais nobre possível. Sua mãe era cega, seu pai sofria de Alzheimer e o garoto jamais conhecera seu irmão mais velho, que desaparecera misteriosamente pouco antes de ele nascer.

O jovem ficou órfão de seus pais aos dez anos de idade e foi posteriormente adotado por uma família cristã. Desde muito cedo, ele ouvia falar a respeito do Cristianismo, o que o levaria a uma melhor adaptação à nova família que o acolheu. Contudo, após alguns anos de convivência com seus pais adotivos, ele chegou à dolorosa conclusão de que abandonaria o lar. Essa escolha tão difícil foi pensada por muito tempo. Os ideais do jovem não eram compreendidos nem apoiados por seus pais, que se esforçaram ao máximo para educar o garoto nos parâmetros da doutrina cristã e assim, convertê-lo. Porém, as inúmeras tentativas foram em vão, o jovem apesar de ser muito compreensivo, respeitador e aberto à diferentes crenças e visões de mundo, preservava suas raízes humildes e religiosas, cultivava esperanças em um mundo mais justo e bondoso, alimentando o sonho de realizar trabalho voluntário com refugiados em zonas de conflito e com pessoas que vivem em condições semelhantes àquela que ele viva antes de ser misericordiosamente adotado.

Ele acreditava que somente por meio da educação seria possível mudar o rumo do mundo, assim como todo jovem, ele ansiava por fazer a diferença em seu meio. Sem o apoio inicial de ninguém, batalhando contra a negatividade alheia e os maus olhares, desempregado e a ponto de ser vencido pela depressão e pelo cansaço psíquico, ele contornou todos os obstáculos e formou-se professor de filosofia ética e moral, decidido a ensinar gratuitamente crianças, jovens e adultos sírios, rumou ao Oriente Médio, a fonte de sua ancestralidade. Abriu mão do dinheiro e do conforto, aprendeu com os refugiados de zonas fronteiriças, mais do que poderia imaginar, realizou trabalhos também no Paquistão e agiu com finalidades sociais e humanas na Somália, publicou livros revelando sua história e seu modo de pensar, adotou uma criança hindu muito pobre e doente, e de maneira inacreditável conheceu seu irmão, através da descoberta de documentos. Ele mal podia acreditar que além de seguidor de Alá, seu irmão vivia na Síria e fazia parte de um programa de ajuda a refugiados asiáticos vítimas de terremotos no Pacífico. O jovem viveu quarenta anos no Oriente Médio, superou dificuldades, trabalhou em prol não apenas dos refugiados, mas também de crianças e idosos através do ensino de qualidade e de virtudes, iluminando em meio aos escombros das guerras, o caminho para o sentido da vida, e dedicando seus esforços a fim de despertar outras pessoas para a generosidade humana.


Biografia:
Sobre minha pessoa, pouco sei, mas posso dizer que sou aquela que na vida anda só, que faz da escrita sua amante, que desvenda as veredas mais profundas do deserto que nela existe, que transborda suas paixões do modo mais feroz, que nunca está em lugar algum, mas que jamais deixará de ser um mistério a ser desvendado pelas ventanias. 
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