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Espiral do silêncio
Rafael da Silva Claro



Esta semana morreu Paulo César dos Santos. Quem? Paulinho. Quem? O principal vocalista do Roupa Nova. Agora ficou fácil. O Paulinho, embora revezasse com o Serginho, era a principal voz do grupo. Ou melhor, a voz do grupo. Eu não quero cansá-lo citando sucessos no rádio, em novelas e na memória afetiva, na voz dele, nem canções que embalaram relacionamentos.

O Roupa Nova é a banda que a maioria dos roqueiros esconde que gosta. Quase todas as, ótimas, músicas são melosas, falam de amor. Confessar que gosta do grupo, só depois de muitas cervejas, afinal os caras são excelentes músicos. Já para a namorada, pega super bem e até conta pontos, a confissão.

Esse receio de expor algo que curte, se torna um axioma tácito. Ou seja, todo mundo curte, mas ninguém fala. O nome desse fenômeno: espiral do silêncio. Um exemplo claro disso, é quando o professor abre um espaço para dúvidas, e vários alunos deixam de perguntar, com vergonha, achando que a sua dúvida é tola.

À espiral do silêncio manteve a direita brasileira escondida, envergonhada, parecendo inexistente. Antes, comparados a defensores de regimes autoritários e à tortura, agora são chamados de fascistas e nazistas. Esses “carimbos”, que não passam de falácia do espantalho, revelam um espantoso desconhecimento da História, pois os termos, usados para encerrar qualquer discussão, podem ser empregados tanto à direita quanto à esquerda ideológicas.

Uma falácia do espantalho muito comum é associar qualquer pirralho, que não teria maldade sequer para matar uma formiga, a Hitler, só porque tem as ideias associadas à direita. Isso é uma covardia e encerra qualquer debate.

A espiral do silêncio sempre impediu que amigos roqueiros, querendo manter a postura heavy metal, dissessem que sempre curtiram Roupa Nova pra caramba; os alunos com indagações não se sentissem envergonhados, ficando calados; e as pessoas com pensamentos direitistas não ficassem caladas, sentindo-se escravas da patrulha do politicamente correto e da polícia do pensamento.


Biografia:
Ensino secundário completo. Trabalhei em várias empresas, fora da literatura. Tenho um blog, onde publico meus textos: “Gazeta Explosiva” Blogger
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