Eis que ele chegou
Não era outro, senão o amor.
Envaidecido, ele sabia, haver ali alma gentil
A perseguir da completude, o seu encanto, o seu louvor.
Andar garboso, corredor adentro...
Em cada porta ele bateu.
Carecia encontrá-la, a sublime alma,
Tomar emprestado o coração seu.
Quem sabe nele pudesse habitar?
O calor de uma morada a fazer pulsar a vida.
Seria aquele nobre coração o aconchego que vivera a buscar?
Naquela alma, para além da gentileza,
A coragem devia estanciar.
Sem medo da perda, a felicidade arriscar.
Sem medo de viver a dois, a unidade encontrar.
Alma capaz de ver na noite o presságio do amanhecer;
De ver na tempestade a bonança,
Na provação, a força;
Na vida, ainda que atribulada, a esperança.
O encontro, enfim...
Ele, altruísta, prontamente doado;
Ela, olhar cintilante, pele ardente, coração pulsante.
Sabiam, ambos, morada e morador, ser aquele o encontro, a sublimação do SER.
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