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PALAVRAS CRUZADAS
Erivelto Reis

PALAVRAS CRUZADAS



– Meu filho (o filho tinha oito anos), qual é mesmo o nome do cachorro do Mickey, com cinco letras e começando pela letra “P” ?
– Não sei, papai! (o pai tinha 30 anos). Se fosse o nome do cachorro da crônica do Rubem Braga – ZIG –, eu saberia.
– Mas que história é essa de “crônica”. E quem é esse tal de Rubem Braga?
– Papai, Rubem Braga foi um cronista capixaba maravilhoso, foi correspondente do Brasil na Segunda Guerra, embaixador no Marrocos e ainda...
– Não me interessa isso! O que me importa é o nome de um personagem de história infantil que você deveria conhecer. Afinal, você é uma criança!
– O filho pensou que o pai era quem deveria conhecer esse e outros grandes escritores da nossa língua, afinal, ele era adulto! Mas ficou calado...
– Mas tudo bem, essa eu sei que você sabe: qual é o nome do personagem de Maurício de Sousa que fala errado e começa com “C” ?
– Provavelmente o “Chico Bento”, por sua origem rural, mas pode ser também o “Cebolinha”, que, no caso, fala “elado”. Mas o que me chama a atenção são os aspectos regionalistas da nossa Literatura, que vão desde “Macunaíma”, de Mário de Andrade, e englobam “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, e “Grande Sertão Veredas”, de Guimarães Rosa. Sem falar no “Jeca Tatu”, de Monteiro Lobato e...
– Mas que loucura é essa, garoto? Você devia conhecer era a Emília e a Narizinho do “Sítio”, e não esse monte de “cultura inútil!” É isso que você aprende na escola, é?!

– Na escola, papai, eu conheço os grandes escritores da Língua Portuguesa. Didaticamente é importante. Mas o que eu mais gosto, são as Poesias, os contos e as crônicas que educam, divertem e emocionam. E lamento profundamente que haja escolas e professores que não atribuam a importância devida aos Poetas, contistas e cronistas brasileiros.
– Meu filho, prove para o papai que você é uma criança normal e responda a essa pergunta que eu aprendi no “qüiz” da choperia: quais os nomes dos sete anões da história da Branca de Neve?
– Não sei, papai, mas há quem afirme que a Rainha má dessa história é uma projeção do subconsciente do autor, de suas carências afetivas e...
– Chega! Não quero mais saber desse tipo de conversa de “CDF”! Amanhã mesmo eu vou trocar você de escola. Onde já se viu, filho meu ser o primeiro da turma?!... Onde que esse mundo vai parar?! Você devia era assistir mais televisão! A gente se esforça para ter um filho que tenha a “cabeça vazia”, e aí vem a Literatura e estraga tudo! Onde já se viu uma coisa dessas?!...


Biografia:
Erivelto Reis nasceu em 1976, em Rio Verde, Goiás. Veio para o Rio de Janeiro, aos três anos, com sua família. Filho de José de Arimatéia e Maria Aparecida da Silva Reis e irmão de Erivaldo, Erialdo e Elton. Erivelto é casado com a professora Gloria Regina e o casal tem três filhos: Allynie, Erick e Ian. Poeta, escritor, cronista, ativista e produtor cultural. Tem dois livros publicados: “Sem Rima” (Poesias - 2004) e “Somos” (Crônicas e Poesias - 2007). Escreveu crônicas para os jornais “O Guarazão”, da região de Guaratiba e “O Amarelinho”, de Campo Grande, ambos na cidade do Rio de Janeiro, o que lhe valeu uma Moção da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro em 2004. É professor formado em Letras (Português – Literaturas) e pós-graduando em Estudos Literários pelas Faculdades Integradas Campo-grandenses. Em 1998, no curso de Teatro Laboratório, no Teatro Arthur Azevedo, conheceu o poeta Primitivo Paes, seu amigo e grande incentivador. A partir de então, passou a dedicar-se efetivamente à carreira como escritor. Juntos, Primitivo e Erivelto, já somam, em onze anos de carreira, mais de mil apresentações em escolas, praças públicas, teatros, centros culturais e eventos em todo o Estado. Como ativista e produtor cultural, coordenou em 2006, o I Encontro de Poetas do Rio de Janeiro, na Lona Cultural de Campo Grande. Ingressou, em 2005, no Instituto Campograndense de Cultura, a convite da então presidente Marly Monte Araújo, e participou da produção da I Jornada de Letras do Instituto Campograndense de Cultura e da confecção da Revista comemorativa dos 40 anos do Instituto em 2007, além de ter participado, como jurado e, posteriormente ao seu ingresso no Instituto, da produção do Projeto “Novos Talentos do ICC”. Em 2008, passou a fazer parte do quadro de membros efetivos do renomado instituto, ocupando a cadeira número 8, que pertencera à professora Leda Lúcia e cujo patrono é Freire Alemão. Em 2007, participou, com um poema, de uma Mostra de Poesia e Artes Plásticas no Centro Cultural Ariano Suassuna, na Barra da Tijuca/RJ. Em 2008, participou como jurado, do concurso nacional de poesias da Revista Day By Night e em 2009, sempre ao lado do poeta Primitivo Paes, da I Mostra de Poesia Brasileira na Cidade de Maricá. Vencedor do Prêmio FEUC de Literatura em 2005 e 2009, seus poemas constam de inúmeras coletâneas e antologias pelo Brasil. Recebeu também o Prêmio Expressão Cultural da Coordenadoria Regional de Cultura da Zona Oeste em 2005 (coordenador de grupo), 2006 (ativista cultural) e 2008 (escritor). Participou da organização e da produção das XVI, XVII e XVIII edições da Semana de Letras da FEUC e dos XI e XII Fórum de Educação, Ciência e Cultura da mesma instituição. Recebeu o troféu comemorativo da I Jornada de Letras do ICC. Em 2005, por indicação do escritor Roberto Sobral, foi agraciado com a Medalha de Honra ao Mérito comemorativa dos 46 anos da Associação dos Taifeiros da Armada da Marinha do Brasil. Participou de diversas edições do Aniversário de Campo Grande, o que fez com que em 2007, recebesse mais uma Moção da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro. Em 2005 foi citado, por suas atividades culturais, pelo Ministério da Cultura no Programa Nacional de Incentivo à Leitura e à Literatura, como um dos fomentadores da leitura e da Literatura no Brasil. Frequenta eventos culturais em toda a cidade. Seus poemas e suas crônicas estão disponíveis para leitura em diversos sites. Contato: eriveltoreis@yahoo.com.br
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