Nas meigas e medievais
horas da manhã,
entre as canções vindas do céu,
cristalizadas na beleza
imensurável do mar
que me acalma
e do sol que esparge
sua doçura em minha face
agastada pelas lágrimas
que formam um afogeu
de pétalas florais
no céu de estrelas
que habitam o fausto de luz,
perambulo num tempo
de cem anos e um minuto,
no espírito da canção
que honra e apaneia a flor
com a força e a
beleza das estrelas
deste recanto de luz.
Pão e carne!
Corpo de dor!
O manuseio da dor é difícil
e debilita a carne,
ferindo o pão do espírito,
florando gritos de piedade e
mágoas de ferro
que não corroem com o tempo,
nos tornando covardes,
indecisos, acostumados
e dizimados em ansiedades
que afugentam o brado castiço
que só sobrevive
na abóbada do céu
de luzes e estrelas.
Por isso meu anjo:
Acate e dê o perdão.
Não se entregue à dor
que cravou flechas, cravos
e espadas em seu corpo.
Não se deixe perder,
nem se entregue
à crise dos tempos.
Não chore mais,
mas não se negue
ao pranto dourado de amor.
Salve!
Desejo de vida!
Pousa o ardente
prazer de viver
nos braços do amor...
Acalente sua dor
de mãos dadas com
o amor que não morreu...
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