Lançado no Brasil pela editora Crítica, o livro “A Invenção da Natureza” escrito pela historiadora britânica Andrea Wulf em 2015, foi considerado o melhor livro de não ficção pelo New York Time, The Guardian e Time. O século é o 19. O início do que seria conhecido como “movimento ambientalista”. O livro conta a vida de Alexander von Humboldt. Nascido na Prússia, Humboldt é considerado o primeiro ambientalista do nosso planeta.
O “Mar sem Fim” dentro do jornal “O estadão”, traz uma belíssima reportagem sobre os feitos de Humboldt. Partiu dele o alerta de que os “humanos estavam interferindo no clima”. Que essa interferência “teria impacto imprevisível para as futuras gerações”.
Humboldt foi o primeiro a explicar como as florestas enriqueciam a atmosfera com umidade produzindo o efeito resfriador. Ainda chamou a atenção para a importância da água e a proteção contra a erosão do solo.
Nascido em 1769, Humboldt foi o maior cientista do seu tempo. Considerado uma celebridade internacional. Amigo de Goethe, colega de Símon Bolivar, guru de Darwin, O Parque Nacional de Yellowstone inaugurado em 1872, obra de John Muir considerado o pai dos parques nacionais norte-americanos foi influenciado por Humboldt.
Foi na Amazônia que Humboldt percebeu as consequências da ação humana do desmatamento e sua influência no clima. Goethe disse sobre o genial Humboldt: “Em oito dias lendo livros uma pessoa não aprende tanto quanto em uma hora de conversa com Humboldt”.
Os livros e as ideias de Humboldt criticando o colonialismo europeu e a escravidão fomentaram a libertação dos povos da América Latina. “O dominador colonial explorava as colônias para extrair matérias-primas e, no processo, destruía o meio ambiente. Foi a barbárie europeia que criou esse mundo injusto”.
Segundo a reportagem, o livro de Andrea Wulf narra de maneira brilhante as três viagens do primeiro ambientalista entre 1799 e 1829. Na primeira viagem saiu da Europa rumando para a Venezuela. Escalou vulcões e encantou-se com a floresta tropical. Tentou convencer norte-americanos e sul-americanos, que um canal através do istmo do Panamá seria uma importante rota comercial.
A segunda viagem também teve como destino a Venezuela. A terceira em 1829 foi para a Rússia. Fez incríveis descobertas percorrendo mais de 16 mil quilômetros atravessando o país de Leste para Oeste; e de volta ao Leste. Com “A Invenção da Natureza”, um dos objetivos de Andrea Wulf é recolocar Alexander von Humboldt no papel de herói ambientalista. Como diz na capa, “um herói esquecido da ciência”.
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