Como sanguessugas fui criando minhas apoteoses,
um chamuscar tão doce que se bebe na inocência,
um renascer no desenho cego feito metamorfose,
o tempo dança enquanto desnuda minha essência.
Súbito, a noite me atira contra o néon da psicose,
os fantasmas se divertem com minhas carências,
estou na multidão ensaiando a mesma hipnose,
vou caindo dos vitrais, um desabar sem prudência.
Na queda os véus se rasgam, me sinto adulterado,
conheci os limites das grades, sou um aprisionado,
caçado nos labirintos do horizonte da minha janela.
De apoteoses, inocência, essência e metamorfose,
tento desatar as psicoses, as carências, as hipnoses,
tentativas frustradas de repintar a minha aquarela.
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