Parei no tempo ou o tempo,
com suas circunstâncias, me parou.
Tenho idéias maravilhosas que não são
além de sonhos que se evaporam com traumas do passado.
É como se fosse uma areia movediça, cujo resultado
já se sabe, ou seja, o fim.
...O fim de uma história que teve seu começo,
mas não seu meio.
Sou uma deficiente no quesito de enredo.
Meus anticorpos são falhos, não consigo me jogar, o medo me domina.
Quando se é jovem, tudo é Alicelândia.
Mas, com a Terra girando constantemente diante de seus olhos,
senti vontade de desacelerar e se eu não acreditava em Deus,
passei a implorar que Ele existisse e a torcer que o mesmo fosse do bem.
Meu coração avoado virou pedra, de pedra, ficou mole,
até que um dia, fatalmente, irá furar.
Minha sensibilidade já não quer mais discussões baratas,
pois sei que não se pode mudar as pessoas,
quanto mais o mundo, do qual,
eu, infimamente percebi que faço parte.
Portanto, limito me à apenas fazer a minha parte.
Passo a adotar a palavra resguardo de quase tudo que não me agrada.
Não sei até agora se isso é egoísmo
ou se é vontade de ter paz, mais do que razão.
Percebi que a vida é como uma relação sexual, não é à toa que
ela é gerada deste ato, ou seja, seu começo pouco se sente,
chegando no ápice da adrenalina e finalizando em sua exaustão.
Meu corpo, aos poucos, volta a ser frágil como a de uma criaturinha.
E a minha Alicelândia volta a me mostrar um outro mundo,
só que acompanhado de minha bagagem sabendo dos perigos e
de minhas limitações.
O que me resta?! Há! É caminhar, continuar caminhando cada vez mais devagar
e encarando o medo de um dia o fim chegar.
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