O palhaço é grosseiro,
de passo ligeiro.
O palhaço é maluco,
se faz de eunuco.
Ele é brincalhão,
chega ser até sem noção.
De hálito ácido,
ofende o inválido.
Com pouca moral,
que palhaço animal!
Mas vejo em sua alma um passado fatal.
Passado este,
o qual lhe fez ficar descrente.
Mas não um tosco deprimente.
Em dia acinzentado,
triste fica o palhaço.
Em dia de sol,
ele rima até anzol com caracol.
Esconde sua verdadeira graça
atrás de sua bela carcaça
de que sua alma é mais delicada e iluminada
Saindo da ribalta,
o palhaço é um Zé Alguém.
Perambula entre aqueles que o tratam com desdém.
Mas as mulheres que o cercam
só lhe pronunciam o amém.
Palhaço reservado que, andando calado,
procura a mulher perfeita
para ficar a vida inteira.
Desengonçado,
ele é todo atrapalhado.
Não mexa com ele,
ele pode ficar irritado.
De sonho de desenhista,
quis pintar um mundo mais feliz.
Mas não foi o que Deus quis,
colocou a bola vermelha em seu nariz.
Amo o seu jeito de ser!
Ah! Se eu pudesse abracá lo!
Dizer um pequeno obrigado!
Suas noites engraçadas,
me deixam menos chateada.
Palhaço para mim não é um pejorativo
e sim, um adjetivo
com um coração no presente do aumentativo!
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