Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
O SUSPEITO É SEMPRE O MARIDO
O SUSPEITO É SEMPRE O MARIDO
Sérgio Luis Lisboa

Resumo:
Já faz um bom tempo em que os casos policiais de maior repercussão na imprensa, onde aparece uma mulher morta misteriosamente, o suspeito número um, o indiciado e o que sempre vai preso é o marido dela.


Já faz um bom tempo em que os casos policiais de maior repercussão na imprensa, onde aparece uma mulher morta misteriosamente, o suspeito número um, o indiciado e o que sempre vai preso é o marido dela.


A maioria dos casos não tem provas materiais, somente uma série de indícios do tipo “ele brigou com ela na lua de mel” ou “ele esqueceu o dia do aniversário dela” ou o mais contundente, o mais indefensável “ele reclamava para ir ao supermercado”. Esse último indício, meu amigo, faz uma junta de advogados largar o teu caso e te deixar com a Defensoria Pública.


A situação está tão preocupante, que o Vaticano já está preparando um pronunciamento oficial para tentar salvar a instituição casamento (já há uma diminuição preocupante do número de casamentos em função deste fenômeno), e quem sabe até criar uma nova doutrina, obrigando que cada casal tenha seu respectivo amante, para servir como bode expiatório para qualquer crime que possa ter um dos casados como suspeito.


A polícia alega que seus inquéritos se baseiam em investigações, depoimentos, experiência e procedimentos científicos e que descobriram uma forma de resolver o caso sem sair da delegacia.

“Nós não temos culpa do cara ter casado com uma “mocréia” e ela aparecer morta, justo no dia que ele resolveu dar uma escapadinha”.


Eu acho que a polícia tem uma cartilha pronta para cada caso, baseado em estatísticas anteriores, que dá uma maior agilidade às resoluções dos casos.

Se o sujeito apareceu morto por afogamento, só pode ser o entregador de água mineral.

Se foi morto com a garganta cortada, foi o barbeiro (mas foi um acidente num atendimento a domicílio).

Se aparece esquartejado, é lógico que foi o açougueiro.

Se foi morto e estuprado, foi o próprio filho para se vingar do fato de ele viver comendo a mãe do menino.

Se morreu enforcado, dá uma olhada se os carnês estão em dia.

Se morreu por parada cardíaca, é a amante gostosa.

A cartilha é longa e dá uma lista enorme.


Eu confesso para vocês que pensei mil vezes antes de escrever esse texto, pois (deus me livre), se acontece algo com a minha mulher, eles ainda vão dizer que eu, além de suspeito, era um sádico que editou o plano diabólico numa crônica.

Se acontecer uma coisa com a minha mulher, façam qualquer coisa para fazer justiça, mas pelo amor de deus, não usem essa cartilha.

Sérgio Lisboa



Biografia:
Sou Sérgio Luis Lisboa e estou lançando um livro chamado "Pílulas de Trânsito". Escrevo também, algumas crônicas que publico no site www.cronicasdosergio.blogspot.com Meu email para contato é mundoemtransito@gmail.com/sergioluislisboa@ibest.com.br
Número de vezes que este texto foi lido: 59467


Outros títulos do mesmo autor

Crônicas PRECONCEITO CONTRA OS CORRETOS Sérgio Luis Lisboa
Crônicas SOBRE DECOTES E ROTTWEILERS Sérgio Luis Lisboa
Crônicas REENCARNAÇÃO Sérgio Luis Lisboa
Crônicas SEJA CRIANÇA Sérgio Luis Lisboa
Crônicas OUVIR OS SINAIS Sérgio Luis Lisboa
Crônicas FILMES DE ARTE Sérgio Luis Lisboa
Crônicas LEITE NA VOLTA Sérgio Luis Lisboa
Crônicas A TECLA DO COMPUTADOR Sérgio Luis Lisboa
Crônicas VAI SER SINCERO NO INFERNO Sérgio Luis Lisboa
Crônicas QUESTIONADORES DE SEMINÁRIO Sérgio Luis Lisboa

Páginas: Primeira Anterior Próxima Última

Publicações de número 11 até 20 de um total de 30.


escrita@komedi.com.br © 2025
 
  Textos mais lidos
ARPOS - Abacre Restaurant Point of Sale 5 - Juliano 60505 Visitas
Mulheres - Ana Maria de Souza Mello 60482 Visitas
frase 499 - Anderson C. D. de Oliveira 60398 Visitas
"Fluxus" em espanhol - CRISTIANE GRANDO 60379 Visitas
O Senhor dos Sonhos - Sérgio Vale 60368 Visitas
Roupa de Passar - José Ernesto Kappel 60323 Visitas
É TEMPO DE NATAL! - Saulo Piva Romero 60318 Visitas
Arnaldo - J. Miguel 60315 Visitas
Um conto instrumental - valmir viana 60297 Visitas
441 anos de Sepetiba – Comemorar e lembrar para evoluir? - Bianca de Moura Wild 60268 Visitas

Páginas: Primeira Anterior Próxima Última