“Não Confie em Ninguém”, o terceiro livro do escritor Charlie Donlea mostra as muitas facetas de um assassino. Terminamos a leitura nos questionando sobre o real motivo que o levaram a cometer os crimes. Talvez, a conclusão seja a mais óbvia de todas. Um psicopata não precisa de motivos.
Na ilha turística de Santa Lúcia no Caribe Oriental, o namorado de Grace Sebold é assassinado. Julian Crist foi atingido por uma pancada na cabeça e atirado da montanha onde estava esperando a namorada chegar. A ideia de parecer um acidente deu errado. Com muitas evidências à disposição, Grace foi condenada e presa pelo crime.
Sidney Ryan é uma cineasta e trabalha num canal de televisão. Nos últimos tempos, seus documentários inocentaram alguns acusados. Recebe muitas cartas de prisioneiros que também se dizem inocentes pedindo ajuda. De Grace Sebold foram muitas as cartas recebidas durante aqueles dez anos.
Sidney visita Grace na prisão. Assim, a cineasta começa sua investigação e a produção de um documentário sobre o caso. Sidney procura a ajuda da legista Dra. Lívia Cutty. Ela também é personagem de “Deixada para Trás”, o livro anterior de Charlie Donlea.
Com o documentário se transformando em um campeão de audiência e novas provas aparecendo, as autoridades de Santa Lúcia ficam acuadas e obrigadas a reconhecer que prenderam uma inocente. Grace Sebold é libertada, Quando o documentário “A Garota de Sugar Beach” caminha para um final feliz, aparece o ex-policial Gus Morelli.
Internado num hospital após ter uma perna amputada, Gus fica sabendo do documentário. Assiste os episódios anteriores na internet. Gus acredita que Sidney Ryan está cometendo um erro. Ainda mais no passado, um outro namorado de Grace Sebold morreu em circunstancias parecidas. Para a polícia foi acidente.
Antes de concluir seu documentário e agora também com dúvidas, a cineasta investiga este outro caso. Tanto ela quanto a legista Lívia têm quase 100% de certeza saberem qual foi a arma dos dois crimes. Um cadeado do amor. Então o criminoso mata pela terceira vez. Havia um cadeado do amor dentro de um saquinho manchado de sangue na casa de Ellie Reiser. Uma amiga de Grace Sebold.
Ellie é condenada e presa. Os leitores e Gus Morelli sabem que ela é inocente. Sabem ainda que a arma dos crimes não foi o cadeado do amor. Foi algo inventado na Índia três mil anos antes de Cristo possivelmente por Sissa, um Brâmane.
O livro termina com a sensação de que a estória não terminou. Talvez, no olhar de esperança de Ellie Reiser e no sorriso sutil de Gus Morelli haja o clamor por uma continuação. Poucas, mas apostaria algumas moedinhas nisso.
|