Preocupado com os demais seres habitantes do mesmo planeta que nasci, dividi meus alimentos, minhas vestes, meus talentos, etc., adquiridos através de trabalhos e estudos consagrados, que ainda por vezes foram desaforados e alguns sapos ainda continuam entalados na minha garganta. Pensava que fazendo só o bem e sendo um altruísta, seria um conquistador de méritos naturais pelo universo e daquelas pessoas as quais auxiliei. Segui pomposo com aquelas atitudes imaginando que o retorno seria de acordo com atitudes que exteriorizava.
Ufa! Foram anos de assistência e bondade, mas acreditei na recompensa que teria sendo bondoso e puro de coração.
Bem, comecei a observar que quando uma pessoa se aproxima tentando esboçar um sorriso, fazendo os cantos dos lábios e as sobrancelhas se inverterem para cima, delineando certa simpatia, a voz suave, gesto de carinho, entre outras bajulações, etc., concluia que algo iria pedir. Mesmo assim. após escutar suas lamentações, ficava penoso e acabava cedendo. Nesse momento tinha o bom senso de despedir-me daquilo que cedia, pois havia a intuição que nunca mais retornaria. Mas continuei.
Ops! De repente, precisei de socorro em virtude das vicissitudes impostas pela vida. Por mais incrível que pude presenciar, nem todos que ajudei, se declararam dispostos a dizer o SIM.
Hoje, quase recuperado daquelas instabilidades, olho as pessoas com a desconfiança que me é de direito, entretanto não digo não a tudo ou a todos, mas também aprendi a dizer NÃO.
Orlando Galotti Jr.
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