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VIOLÊNCIA NA ESCOLA
Jhessyka de Oliveira Ribeiro

Resumo:
A presente pesquisa tem como tema Violência na escola, e abordará seus fatores e risco dentro da sociedade. O tema é pouco abordado devido sua complexidade e amplo sentido, visto que envolve diversas áreas da comunidade civil, como: familiar, psíquica, cognitiva, religiosa dentre outras. Diante do material analisado e do referencial proposto, essa pesquisa tem como intenção refletir a respeito da agressão feita do professor para com o aluno, e do aluno para com o professor, e seus motivos para tal ato, ainda que de modo pontual e exploratório, considerando-se a complexidade do tema em pauta. . O trabalho tem como objetivo principal focar nas consequências e origens de atos violentos no ambiente educacional. Como objetivos específicos o trabalho pretende identificar razões sociais para atos de brutalidade e frieza no ambiente escolar; a razão para não haver projetos para lidar com esse público agressivo; identificar possíveis soluções dentro da escola para amenizar esse quadro que cresce a cada dia, analisar o papel da Família, Meio social e Escolar, e a interação desses componentes. A pesquisa reflete sobre as questões sociais e educacionais, portanto pretendesse aborda questões referentes a ambos os espaço, tendo como foco o município de Japeri, local onde o índice de marginalidade tem aumentado constantemente e seus primeiros sinais são nas escolas O trabalho não intenciona trazer soluções para as questões abordadas, mas contribuições teóricas para o assunto proposto. A analise terá abordagem em estudo de casos. Durante o desenvolvimento da pesquisa teórica, identifiquei-me com as palavras dos teóricos, Gonçalves, Luiz Alberto Oliveira (2008) Pierre MEZINSKI (2007) e CANDAU V. M.(1999) Essa escolha deve-se ao fato desses autores relatam sobre violência nas escolas brasileiras desde da década de 80.
      
Palavras-chave: Violência - Educação - Professor


INTRODUÇÃO

A presente pesquisa foi desenvolvida com o propósito de abordar um dos principais temas discutidos na área da educação Contemporânea, “Violência Escolar”. Trata-se de estudar um assunto que não é novo na sociedade, mais que a cada dia tem se tornado assunto frequente em noticiários devido sua amplitude. É importante salientar que toda pesquisa será embasada em referência teórica e estudo de casos, que dá subsídio não apenas da perspectiva epistemológica, mas também ressaltam práticas presentes no cotidiano escolar.

O trabalho irá relatar os vários exemplos de violência urbana, falta de segurança, impunidade e doenças geradas por situações de violência no âmbito escolar. Objetivo desta pesquisa é analisar a importância da educação na vida do aluno.
Ao analisar violência e seu significado percebemos quanto é complexo e extenso, incluindo múltiplas formas de violência, portanto esse trabalho irá expor diversas visões de agressão ,proporcionados aparti da visão daqueles que problematizam, contrapondo com educação, e o que a sociedade espera dos professores na atuação para possível solução desse quadro.
Essa analise se dispõe de três capítulos baseados, principalmente, sobre a perspectiva dos seguintes teóricos: Gonçalves, Luiz Alberto Oliveira (2008) Pierre MEZINSKI(2007) e Candau V. M.(1999) O primeiro capítulo trata-se de exemplificar conceito de violência e sua origem.
No segundo capítulo, apontaremos concepções teóricas acerca fracasso escolar em contra ponto com violência nas escolas, possíveis causas e onde são frequentes suas manifestações. Apontando assim, desafios do educador na contemporaneidade.
     No terceiro e último capítulo, reitero reflexões sobre cenário educacional, difíceis mudanças nesse ambiente, e serão exposto entrevistas e pesquisa de campo no município de Japeri. Será citado também problemas psicológicos gerados por ambiente agressivo e estressante.
Tendo a preocupação de uma melhora e eficácia da educação brasileira em relação ao processo de ensino-aprendizagem, e contribuindo nas ações pedagógicas para possíveis transformações sociais.
Nesse presente capítulo discutiremos sobre o que vem a ser a Violência na escola e suas variantes.

Capítulo I

1. VIOLÊNCIA NA ESCOLA

Violência é tema muito visto em noticiários, jornais, e paginas policial. Mais o que fazer quando essa agressividade chega nas escolas? Como lidar com essa situação? Como diferenciar os tipos de violência, e quem a pratica?
A seguir iremos abordar essas questões, a fim de entender o que acontece na Educação e no seu âmbito escolar. Para isso precisamos apreender os conceitos que são citados por diversos teóricos sobre o assunto.

Segundo Priotto e Boneti

Denominam-se violência escolar todos os atos ou ações de violência, comportamentos agressivos e antissociais, incluindo conflitos interpessoais, danos ao patrimônio, atos criminosos, marginalizações, discriminações, dentre outros praticados por, e entre a comunidade escolar (alunos, professores, funcionários, familiares e estranhos à escola) no ambiente escolar. (PRIOTTO, BONETI, 2009, p. 162)


Os principais estudos sobre Violência na Escola foram realizados na década de 70. Pois esse fenômeno que tomou grande proporção com passar dos anos, teve suas variações e alterações em suas dimensões. Gerando assim inquietações na sociedade civil sobre assunto que tem tantas especulações e poucas sugestões para amenizar tal ato.

Algumas dessas observáveis transformações foram: o aparecimento de armas nas escolas, a expansão do fenômeno das gangues, a disseminação do uso de drogas, e outros. Deixando que áreas que antes eram seguras ”Escolas”, passassem ser local de preensão e temor para os profissionais que frequentam ambiente educacional e os educandos.
Alguns autores apontam embasamentos familiares e socioeconômicos para possíveis causas da Violência Escolar. Tendo esse fenômeno como atos irrepreensíveis no espaço escolar, contra professores, alunos, uns com os outros.
Minayo (2003), “Violência Escolar”, Diz que esse fenômeno tem aumentado devido aos seguintes motivos:
“.. agressividade dos próprios alunos que afeta a luta pela afirmação de sua identidade, e que não é reconhecida pelos educadores; o descaso da escola e a violência, sobretudo verbal, dos professores e funcionários contra os jovens; a influência da mídia; e a negligência da família.” (MINAYO 2003:125)

Miriam Abramovay (2002) reitera que:

“a sociedade brasileira, vem se deparando com um aumento das violências nas escolas, sendo diversos os episódios envolvendo agressões verbais, físicas e simbólicas aos atores da comunidade escolar” (p. 32).


Alguns alunos ao serem questionados, pelo motivo do aumento da violência no ambiente Escolar, citaram a Mídia como culpada, visto que a mesma da ênfase nos casos de agressão e populariza ao assunto. Os pais concordaram com essa visão, citando os meios de comunicação como persuasor de frieza e brutalidade. Oliveira e Martins fazem critica aos meios de comunicação, apontam como fator de sensacionalismo.

“o modo como esse fenômeno se expressa atualmente, aponta para a constatação da ausência da palavra, ausência do diálogo e de uma visão crítica.. A escola, a família e os meios de comunicação teriam função extremamente importante na abertura deste diálogo, mas à medida que as duas primeiras se calam e os meios de comunicação não param de falar de maneira sensacionalista... A cultura da revolta diante do que choca, do que deveria espantar, transforma-se em cultura do show e do entretenimento... Fazem padecer a palavra cuja função é interpelar e procurar respostas e soluções para um fenômeno que fragiliza as tentativas de uma efetiva democratização do país... De forma a violentar o sujeito na tentativa de construir-se como cidadão.‖ (2007:90).

A sociedade de baixa renda tem a visão de que violência nas escolas, na rua ou no meio em que vivem é normal devido sua vulnerabilidade social, no entanto, países desenvolvidos já mostraram que não estão isentos de diversas formas de Violência Escolar. Como assistimos em noticiários, diversos massacres em escolas americanas. No que diz respeito à violência na escola, Priotto expõe:

[...] esta se caracteriza por diversas manifestações que acontecem no cotidiano da escola, praticadas por e entre professores, alunos, diretores, funcionários, familiares, ex-alunos, pessoas da comunidade e estranhos. Caracterizam-se como atos ou ações de violência: Física – contra o (s) outro (s) ou contra o grupo, contra si próprio [...]. Incivilidades – desacato, palavras grosseiras, indelicadeza, humilhações, falta de respeito, intimidação ou bullying. (PRIOTTO, 2009, p.168)

Tendo em vista as questões colocadas acima, o tema de pesquisa escolhido para essa monografia tratará de expor diversos olhares sobre o assunto em pauta, tendo em vista o quadro alarmante de brutalidade que cresce e preocupa professores, diretores, pais e toda a sociedade.
A sociedade Civil vem se deparando com um acrescente da Violência nas Escolas, sendo diversos os episódios de agressões verbais e físicas envolvendo indivíduos da comunidade escolar. Isso nos desperta a ficar atentos aos indícios de agressão, para pode lidar com eles antes que se tornem abuso excessivo e maior.

1.1 Origem da Violência e Seu Conceito

Neste capítulo, faremos um levantamento acerca do conceito de violência e sua origem segundo a história, uma reflexão sobre abordagem vigente no mundo contemporâneo.

A violência é um acontecimento antigo, o tema está presente em toda sociedade desde primórdios. Podem mostrar-se nas famílias, nas escolas, e meios sociais. O que torna basal a compreensão de sua definição. De acordo com Norberto Bobbio, violência é

a intervenção física de um individuo ou grupo contra outro individuo ou
grupo. Para que haja violência, é preciso que a intervenção física seja
voluntária [...] a intervenção física na qual a violência, consiste ter por
finalidade destruir, ofender e coagir (apud MENDES, 2009, p. 35).

Na bíblia sagrada, há indícios do primeiro relato de violência, o primeiro homicídio “E falou Caim com o seu irmão Abel; e sucedeu que estando eles no campo, se levantou Caim contra o seu irmão Abel e o matou”. (Gn. 4:8). Por cobiça e ciúmes Caim e Abel, protagonizam o que seria o primeiro ato de violência na história da humanidade. No decorrer da história percebe se mais indícios de violência, assim pode-se dizer que não traremos soluções para assunto que acontece desde inicio da civilização, mas abordaremos esclarecimentos sobre o assunto, e como lidar.

Mas, para que todas essas atuações sejam executadas, é preciso que se tenha alguma clareza acerca do que é violência. O Dicionário Michaelis (1998), por exemplo, define-a da seguinte maneira:
1 Qualidade de violento. 2 Qualidade do que atua com força ou grande Impulso; força, ímpeto, impetuosidade. 3 Ação violenta. 4 Opressão, tirania. 5 Intensidade. 6 Veemência. 7 Irascibilidade. 8 Qualquer força empregada contra a vontade, liberdade ou resistência de pessoa ou coisa. 9 Constrangimento, físico ou moral, exercido sobre alguma pessoa para obrigá-la a submeter-se à vontade de outrem; coação (P. 541).

Segundo Sposito (1998), “violência é todo ato que implica a ruptura de um nexo” social pelo uso da força. “Nega-se, assim, a possibilidade da relação social que se instala pela comunicação, pelo uso da palavra, pelo diálogo e pelo conflito.”. Minayo e Souza (1993) afirmam:

A violência consiste em ações humanas de indivíduos, grupos, classes, nações que ocasionam a morte de outros seres humanos ou que afetam sua integridade física moral, mental ou espiritual. Na verdade, só se pode falar de violências, pois se trata de uma realidade plural, diferenciada, cujas especificidades necessitam ser conhecidas (P.2).



No livro Violência: Psicanálise, Direito e cultua (2007), o autor Lédio Andrade, explica a violência a partir da visão ontológica ¹. O ser humano, apesar da sua complicação, é visto como uma espécie animal a mais, dessa forma, partilha uma característica de todos os animais: o uso da agressão e da violência.

A prática da violência não constitui uma ação humana exclusiva, como pensam muitos. Infanticídio, estupros (no conceito humano) e surras são práticas normais no cotidiano de animais como o primata chipanzé, gorila e orangotango. Todos os animais humanos ou não, são agressivos por condição, jamais por maldade. (ANDRADE, 2007, p. 13)


A agressividade biológica presente nos animais e no homem segundo Lorenz, “é a capacidade dos indivíduos de lutar para defender a própria vida, ou a de seu companheiro e seus filhotes, e até mesmo outros indivíduos” (apud MEZINSKI, 2007, p. 77). Nesse sentido, a agressividade está ligada aos instintos animais, elementos como a religião, ideologias, armas, altas tecnologias entre outros. E seus tipos são configurados como:

a) violência física: “Ocorre quando uma pessoa, que está em relação de poder em relação à outra, causa ou tenta causar dano não acidental, por meio do uso da força física ou de algum tipo de arma que pode provocar ou não lesões externas, internas ou ambas. Segundo concepções mais recentes, o castigo repetido, não severo, também se considera violência física” (P.17).

b) violência psicológica: “É toda ação ou omissão que causa ou visa a causar dano à autoestima, à identidade ou ao desenvolvimento da pessoa.” (P.20).

1 Ontologia – parte da filosofia que trata do ser concebido como tendo uma natureza comum que é inerente a todos e a cada um dos seres. (AÚRELIO, 2001).

c) violência sexual: “É toda a ação na qual uma pessoa em relação de poder e por meio de forca física, coerção ou intimidação psicológica, obriga outra ao ato sexual contra a sua vontade, ou que a exponha em interações sexuais que propiciem sua vitimização, da qual o agressor tenta obter gratificação.” (P.18).

d) violência econômica ou financeira: “São todos os atos destrutivos ou omissões do(a) agressor(a) que afetam a saúde emocional e a sobrevivência dos membros da família.” (P.21).

e) Violência institucional: “é aquela exercida nos/pelos próprios serviços públicos, por ação ou omissão. Pode incluir desde a dimensão mais ampla da falta de acesso à má qualidade dos serviços. Abrange abusos cometidos em virtude das relações de poder desiguais entre usuários e profissionais dentro das instituições, até por uma noção mais restrita de dano físico intencional.” (P.21).

Observa-se que, mesmo a violência sendo variada, gera dano á autoestima, a identidade do individuo, problemas psicológicos, físico, sexual, econômico e institucional. ““O dito popular nos indica” é melhor prevenir do que remediar” é de fato a precaução é melhor do que a coibição posterior.

O fator prevenção é algo obtido após um longo procedimento ligado á conscientização pública. Para a formação da consciência acerca do problema e da necessidade de tomar medidas para evitá-lo é necessário um relacionamento mais estreito entre o Estado e as Comunidades.


1.2 Violências na Escola ou Indisciplina
Neste tópico, faremos um reflexão a respeito da indisciplina na escola, mostrando seu significado, características e singularidades a fim de diferenciar indisciplinariedade com violência no ambiente escolar.

Vivemos em uma sociedade onde limites e disciplinas não são ensinados durante a infância em uma grande parte da sociedade. Jovens e crianças não reconhecem autoridade ,regras ou responsabilidade ou seja desconhecem educação, acham que são donos de tudo, e que não precisam receber ordens ou normas gerando assim indisciplina.

[...] a grande parte dos comportamentos de indisciplina que as investigações feitas na escola tem posto em evidencia infringe normas escolares ou sociais que tem como valia principal assegurar as condições de funcionamento do ensino-aprendizagem e garantir a socialização dos alunos [...] (Estrela, 1992, p.124).

Quando esses indivíduos chegam à escola, os mesmos querem gritar, mandar nos professores ou colegas de classe, mandam outro calar a boca e quando o outro não faz o que eles querem agridem, causando exaustiva e desafiadora tarefa para profissionais da educação.

Como diz Júlio Groppa Aquino (2003),(..) a indisciplina se trata de um fenômeno escolar que ultrapassa fronteiras socioculturais e também econômicas. Ou seja, indisciplina nasce pela falta de afabilidade do resgate de valores.

De origem latina, a palavra indisciplina está ligada a disciplina e nos dicionários tem varias significações: “Regime de ordem imposta ou livremente aceita”,” ordem que convém ao funcionamento regular de uma instituição”, “relação de subordinação do aluno ao mestre “, observância de preceitos ou normas “, submissão a um regulamento” ou “ um ramo do conhecimento” (Ferreira,1986). Suas características são:

•     Falta de respeito ás regras,
•     Negação as normas,
•     Mau comportamento que compete a convivência social,
•     O aluno não cumpre com tarefas escolares,
•     Desvios da comunicação na sala de aula,
•     Desvio de regras das atividades na sala de aula,
•     Desvio as regras relativas á relação entre professor e alunos.

Mesmo as condutas aqui descritas como “Desvio Regras”, convivência e outros, mais confundidas com atos típicos de violência, tendem a ser condenadas mais pela perturbação que geram na sala do que sua capacidade em ocasionar danos aos sujeitos envolvidos. Como exemplo gozações que ocorrem, embora questionem diretamente autoridade do professor, não chegam ser encaradas como formas de violência ou risco.    
Islo Giancanterino ( 2007,p.87) afirma
A indisciplina em sala de aula e na escola tem sido uma preocupação crescente nos últimos anos entre os educadores. Os grandes responsáveis pela educação de jovens, como a família e a escola, não estão sabendo o conseguindo cumprir o seu papel.

A desordem na escola, estar causando mal estar, pois essa situação tem preocupado professores e profissionais da educação, uma vez que esse fato a cada dia tem aumentado, devido falta de tempo dos pais com seus filhos, falta de comunicação ,e regras na sociedade. A seguir veremos tabela com atributos de violência e indisciplina.
Diferenças observadas em relação aos fenômenos da indisciplina e da violência

Fenômeno     
Natureza da regra violada     Motivos da condenação: Suas consequências imediatas     
Reação ao evento     
Frequência


Violência     
Regras sociais mais amplas. Na maioria das vezes, os comportamentos podem ser enquadrados como atos infracionais.      Os danos que acarretam ou podem acarretar ás pessoas ou á instituição. Danos físicos, morais ,psicológicos ou materiais.     
Forte condenação e intervenção imediata no âmbito da direção escolar.      

Pouco frequente

Indisciplina     Regras especificamente escolar; aquelas que visam mais imediatamente a garantia das condições de trabalho na aula. Inclusive aquelas que se ligam á figura de autoridade do professor.     As dificuldades que geram ou podem gerar para o desenvolvimento das atividades pedagógicas.      
Grande tolerância e ação corretiva circunscrita aos professores.     
Muito Frequente


(Gonçalves, 2008, Pag.42)

Ao tentar evidenciar, neste texto probabilidade de distinção dos feitos entre violência na escola e indisciplina percebemos que ambos têm suas singularidas, mais que indistintamente demostram semelhanças e fluidez conceitual como apresentado nos últimos anos.
Violência é principal aglutinador simbólico de atos destrutível ocorridos na escola e na sala de aula. Assim, se por um lado indisciplina parece não e ajustar a uma parte de comportamentos desviantes, por outro lado parece acarretar sérios riscos. Atos de indisciplina tendem se caracterizar por violação de regras, trata-se portanto gravidade .

Embora menos graves ,esses atos são bastante perturbadores, chegando dificultar atividades pedagógicas e socialização dos discentes. Deste modo cabe aos profissionais da educação ficar atentos aos sinais de indisciplinas ,conversar com educandos ,pais e profissionais capacitados para lidar com essa situação, a fim de não alastrar-se essa situação e torna “problema” maior.

1.3 Bullying

O termo é de origem inglesa e não tem uma expressão correspondente em português, entretanto, Fante e Pedra (2008) afirmam:

Bully pode ser traduzido como valentão, tirano, brigão. Como verbo, bully significa tiranizar, amedrontar, brutalizar, oprimir, e o substantivo bullying descreve o conjunto de atos de violência física e psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (bully) ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo de indivíduos) incapaz de se defender (p. 34).

A definição de bullying na escola feita por Olweus e utilizada até a metade da década de 80 é, quando um estudante sofre ações negativas por haver desigualdade de poder e esta ocorre de maneira repetitiva, considera-se que este aluno sofreu bullying (Olweus, 2007).

O bullying é um fenômeno antigo e começou a ser estudado de forma mais ordenada a partir da década de 70, na Suécia e Dinamarca e, na década de 80, na Noruega, onde, ao pesquisar as tendências suicidas de adolescentes, Dan Olweus relacionou o termo à prática de intimidação, humilhação e/ou agressão (Fante & Pedra, 2008).

Esse feito sempre existiu e, muitas vezes, foi avaliada como “brincadeira da idade”, atitude rotineira de criança. No decorrer do trabalho vamos perceber que essas atitudes são características da infância, mais se não observadas e tratadas são levadas para vida adulta.

O bullying é um modo de violência que sempre esteve presente na sociedade civil e precisou ganhar um título diferente para ter uma precaução maior na mídia, devido a episódios que demonstram violência no meio educacional, como, um caso que ocorreu no Estados Unidos, no colégio Columbine. Dois alunos assassinaram 12 estudantes e um professor, deixaram mais de 20 pessoas feridas e, em seguida, suicidaram-se. O motivo seria a vingança pela exclusão que os dois teriam sofrido (Silva, 2010).

Também teve caso do menino em Realengo, que sofreu Bullying quando estudava na escola, e resolveu arquitetar plano para mais tarde se vingar dos alunos e professores, que na visão dele era conivente com tal situação, gerando assim uma violência ainda maior e em seguida cometeu suicídio.

Bullying é uma configuração de violência, e como foi apontado anteriormente, é um termo complexo por ter várias definições. E ainda chama muita atenção quando questionado nos espaços escolares se a manifestação de Bullying. Por quê? Será que ainda é tabu usar esse termo? Não existe mesmo nas escolas?

Ao iniciar essa pesquisa, percebi que existem muitos indícios de violência no Ambiente escolar, seja verbal, físico ou psicológico, no entanto só é tratado quando chegam a vias de fatos ou gera transtorno grande para escola ou famílias.

O bullying tem múltiplos aspectos. Antes de tentar dissoluções, programas de prevenção e combate, é necessário conhecê-lo melhor. Silva (2010) classifica o bullying em cinco categorias:
a) verbal – insultar, ofender, xingar;
b) físico e material – bater, ferir, roubar;
c) moral e psicológico – irritar, humilhar,
excluir;
d) sexual – abusar, violentar, insinuar;
e) virtual – cyberbullying.

Cyberbullying é uma modalidade de bullying em que os atacantes se utilizam de todas as probabilidades de recursos da moderna tecnologia. A internet é utilizada para humilhar, constranger e maltratar. Nessa forma virtual, é difícil saber a identidade do agressor em função do anonimato, dos nomes falsos, apelidos utilizados (Fante & Pedra, 2008).

O "bullying" acontece mais prontamente em escolas com uma deficiente supervisão por parte dos adultos, seja pelo número escasso de auxiliares de educação ou pelo excesso de alunos, e em escolas onde não há um devido acompanhamento lúdico e cultural nos intervalos e tempos livres.

Deste modo percebemos que a inúmeras formas de praticar bullying, consequentemente violência. Os profissionais da área da educação, familiares, e sociedade em geral precisa estar atento aos sinais, para assim ameniza-los, trata-los da melhor maneira, seja com dialogo, exposição ou até mesmo ajuda de um profissional.

Capítulo II
2. O Ensino e Aprendizagem na Educação Escolar

A função da escola na sociedade é propiciar Ensino de qualidade para todos os estudantes, indistintamente no conceito da sociedade (FREITAS, 2003). Apesar disso, na contemporaneidade e desde muito tempo, ouve-se toda população criticar a péssima educação escolar. Só criticar e não buscar os porquês desses fracassos não levará a melhora ou avanço dos mesmos.

Para entender a educação escolar é preciso criar suposições e estudar as atuais práticas educacionais, procurando assim, os principais erros cometidos por estas, como faremos nesta pesquisa. Macedo (2002) acredita que a prática reflexiva do professor supõe voltar-se para dentro de si mesmo ou do sistema de qual faz parte, ou seja, analisar sua aula e seus atos podendo ser essa pratica reflexivo, um móvel de transformação.

Também é necessário que os professores reflitam sobre a construção do conhecimento de seus alunos a fim de não dar as respostas prontas, mas sim deixar que eles discutam e levantem hipóteses, tirando suas próprias conclusões e, portanto construindo sua própria aprendizagem significativa.

Atualmente, a teoria educacional é sistemática, além de ter como fundamento a ordem e a linearidade baseadas em estereótipos. Além disso, a escola contemporânea (exigente, rígida e detentora do saber) não está de acordo com a realidade em que vivemos.

As instituições escolares e seus professores devem está abertos a mudanças. O ensino deve ser um sistema dinâmico, suscetível á inovação, que leva em consideração a complexidade da realidade atual (COLOM, 2003). É necessário mudar as concepções dos docentes sobre o que é aprender e o que é ensinar. Estes professores devem refletir sobre suas metas e objetivos na educação e o modo de avaliar o êxito destas.

É importante ressaltar que inovação não significa mudança, ou seja, frequentemente os professores, visando à mudança de suas concepções, apenas inovam sala de aula, alternando, por exemplo, a colocação das carteiras. A aula, deste modo, não deixar de ser tradicional. Para que o professor consiga realmente mudar suas concepções sobre o ensino não há roteiros pré-determinados, é necessário que ele pratique a nova teoria de modo único, imediato e exclusivo, observar e refletir (ROSA, 2003).

Isso não significa que os professores devam criar todo o currículo sozinho, mas vale pontuar que currículos muitos fechados e detalhados não deixam qualquer espaço para a criação e mudança dos docentes. Este currículo, segundo Libanêo (1994) existe para confirmar todas as preocupações da escola, seus objetivos e metas para o ensino é formado pelo projeto pedagógico da mesma.

COLL (2006) enfatiza que, se o Ensino fosse uma atividade rotineira, não seriam necessárias diversas teorias, e o insucesso destas aulas mostra que ensinar não é seguir um plano, uma receita fechada que quase nunca se adapta as realidades dentro de uma sala de aula.

Um Ensino Tradicional, geralmente traz mais problemas, pois é concentrado no professor, que irá transmitir o conhecimento aos alunos, e estes, devem absorvê-los. Ensinar não é transmitir e aprender não é absorver e decorar conteúdos. O professor deve ser o mediador da informação propondo caminhos, ferramentas e estimulando o aluno para que este se interesse e busque seu próprio conhecimento.

Alves (2002) também absorveu que os alunos aprendem aquilo que consideram mais importantes. O autor diz ainda que “o aprendido é o que fica depois de tudo foi esquecido” a memória do aluno não é capaz de armazenar conhecimentos que não fazem sentido.

Dessa forma, PERRONE (2009) cita que todos os alunos devem construir a própria compreensão e identificar seus interesses.

Suficientemente flexível e atraente para servir a todos os alunos (..)Se o objetivo do ensino é a compreensão então os alunos devem atuar na apropriação de suas ideias. O currículo relacionado ás preocupações, interesses experiências dos alunos(PERRONE,2009,pag 18).

Percebe-se que algumas escolas implantam proposta didáticas tidas como novidades, apresentando o que está na moda. Entretanto, novas práticas no cotidiano escolar mostram apenas que revestiram o Ensino Tradicional novamente. As propostas abertas, flexíveis e participativas tendem a provocar rupturas e estimulam os educadores a buscar desafios (SOUZA Almeida, 2002, pag.28) Sabe se que Ensino Clássico propicia um comodismo e facilidades aos educadores, visto que os mesmo aprenderam essa forma desde tempos colegial.   No entanto, é preciso observar até que ponto essa metodologia é benéfica ao educando.

A educação não deve ser apenas pensada, mas também realizada, entretanto o que se vê hoje é a desvirtuação entre teoria e prática, os professores ou orientam para as questões teóricas ou só para a prática. É imprescindível que os professores deem uma mesma base reflexível tanto para teoria quanto para a prática, de tal maneira que uma interaja com a outra, e os conhecimentos de ambas sejam mútuos e inseparáveis. (COLOM, 2003).
2.1 Professores Diante dos Desafios da Educação Contemporânea


Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na escola, de um modo ou de muitos, todos nós envolvemos pedaços da vida com ela: para aprender, para ensinar, para aprender e ensinar. Para saber, para fazer, para ser ou para conviver, todos os dias misturamos a vida com a educação. (BRANDÃO, 1985, p.07)

Tendo em vista que a Pedagogia é a ciência da educação e ocorre em todos os espaços, pois é fruto da socialização, diariamente a educação escolar tem se tornado pauta em diversas discussões. Pensa-se educação escolar como um processo de construção que integra, simultaneamente, diversos conhecimentos e promove o desenvolvimento intelectual e moral do indivíduo, sendo construído, culturalmente, a partir do contexto familiar e social.

O professor, diante desse novo paradigma, numa sociedade em constante processo de transformação, é o profissional que, a cada dia mais, se enquadra para exercer essa função de transmissão do conhecimento, “ocorrendo em muitos lugares, institucionalizados ou não, sob várias modalidades.” (LIBÂNEO, 2004, p. 26). Portanto, ele precisa estar preparado para os desafios do mundo contemporâneo, sobretudo com as mudanças bruscas do sujeito social motivadas pelo surgimento das novas tecnologias, caráter distinto dos alunos e pelos efeitos da economia.

Segundo Libâneo (2004, p. 28), “o mundo assiste hoje às intensas transformações, como a internacionalização da economia e as inovações tecnológicas em vários campos de saberes. Essas transformações levam à mudança no perfil desses diversos profissionais, afetando os sistemas de ensino”, sobretudo os pedagogos, que são os profissionais diretamente ligados ao processo de disseminação das práticas pedagógicas do conhecimento.

Para isso, é necessário que haja um melhor preparo na formação dos educadores, sobretudo nos cursos de Pedagogia oferecidos. É preciso que as instituições comecem a discutir o diálogo entre os currículos do curso que preparam os futuros profissionais e as exigências da sociedade contemporânea.

Hoje, é preciso pensar, a todo o momento, que o profissional que se forma e que irá trabalhar em uma sociedade de mudanças rápidas esteja preparado para entender a educação como um fenômeno, portanto, é preciso abordar as questões referentes ao campo de estudo da Profissional, à identidade professor e ao sistema de formação de pedagogos ainda no curso.

Segundo Weber (2009), com a globalização e consequentes transformações sociais, exige do professor a mudarem o seu perfil, pois passa a demandar dele um conhecimento amplo que abrange não só o saber específico, mas também trabalhar a formação da consciência cidadã nos alunos.

Para que tenha qualidade da Educação que considera conceitos de autonomia, transformação e cidadãos críticos deve-se refletir sobre novas competências para ensinar. Segundo Freire (2006), para exercício da tarefa docente, o professor deve assumir a responsabilidade ética. O preparo científico do educador deve caminhar junto com a sua retidão ética, ou seja, cabe ao professor à obrigação de cumpri-la com humildade e dedicação, tendo formação científica e ética, respeitar os próximos, ter consciência e também a capacidade de viver e de aprender com diferente, etc.

     Os desafios que se colocam na atualidade para o educador parecem que se multiplicam dia após dia. As mudanças que ocorrem em nossa sociedade são caracterizadas tanto pela sua expansão como pelo ritmo acelerado em que elas ocorrem que mal acabamos de alcançar um deles e já nos deparamos com tantos outros. O educador contemporâneo se depara enfrentando desafios desde seu desenvolvimento pessoal, passando pelo contexto organizacional em que está inserido até a esfera de sua influência social.

Sendo assim é imprescindível uma formação adequada e continuada para lidar com tantas transformações na sociedade contemporânea. ( Tarja :2001,127) incentivam a buscar essa transformação em nossas vidas:

O aprender é um processo de mudança continua; o individuo é um sujeito inacabado que está sempre aprendendo e se transformando. A sua transformação deve ir além de suas alterações internas, mas transcender externamente. Se o individuo consegue transformar, significa que ele conseguiu aprender e formulou um novo conhecimento a partir de suas interconexões biológicas, psicológicas e históricas, sociais e culturais. (Tajra: 2001,127).


Sendo assim, o professor deve aperfeiçoar-se, pesquisar, buscar informações relevantes e trazer mudanças a seus hábitos e dos alunos, para deste mesmo modo saber lidar com desafios da atualidade, que são: tecnologias, metodologias diversas, bullying ,brigas, salários baixos, estresse alto dentre outros.

[...] a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1988).


A escola atualmente se depara com novos desafios, entre eles, o de estabelecer condições mais adequadas para atender a diversidade dos indivíduos que dela participam. Assumir, compreender e respeitar essa diversidade é requisito para orientar a transformação de uma sociedade tradicionalmente pautada pela exclusão.

2.2 Síndrome de Burnout

As relações estabelecidas entre professor-aluno vêm sofrendo mal-estares contemporâneos pode-se notar que são várias as alterações: mudanças brutais nos valores, morte de ideais por parte do professor, a tentativa de homogeneização cultural pela globalização e crise ética (Santos citado em Speller, 2005).

Segundo os autores, Maslach & Jackson; (1977, apud BENEVIDES-PEREIRA, p. 35, apud), Burnout é analisado como um fenômeno de uma síndrome psicológica, decorrente da tensão emocional crônica, vivenciada pelos profissionais focados em tarefas ou em atividades que envolvem relacionamento intenso e repetido com pessoas que precisam de seus cuidados e/ou de sua assistência, também se sente sem energia e no seu limite.

A Síndrome de Burnout tem três dimensões :
a) de exaustão emocional,
b) despersonalização,
c) redução da concretização pessoal.

Provocando estresse, desconforto e disfunções físicas. Síndrome de Burnout teve diversas denominações tais como: Síndrome do Assistente Desassistido (PORTERO; RUIZ, 1998 apud BENEVIDES-PEREIRA, 2002) e Síndrome do Cuidador Descuidado (GONZÁLEZ, 1995 apud BENEVIDESPEREIRA, 2002), entretanto o termo que mais se alastrou e tornou popular foi Síndrome de Burnout, revelou-se na década de 1970.

O conceito de Burnout surgiu nos Estados Unidos em meados dos anos 70 ,excepcionalmente nessa época começaram a ser erguidos os modelos teóricos e instrumentos capazes de registrar e compreender este sentimento crônico de desânimo, de apatia, de despersonalização. Quando o estresse se torna recorrente é designado de Burnout.


Benevides-Pereira explica:

O Burnout é a resposta a um estado prolongado de estresse, ocorre pela cronificação deste, quando os métodos de enfrentamento falharam ou foram insuficientes. Enquanto o estresse pode apresentar aspectos positivos ou negativos, o Burnout tem sempre um caráter negativo (distresse). (BENEVIDES-PEREIRA, 2002, p. 45).


Burnout aparece quando o sujeito trabalha ininterruptamente sob condições precárias. A sobrecarga, o desempenho pobre e limitado que o indivíduo executa na instituição, os conflitos com companheiros e com supervisores, induz à perda da autonomia e do controle, contribuindo para a diminuição da autoimagem.

Diversos profissionais que atuam em funções que exigem responsabilidade com vidas na contemporaneidade demostram característica de Burnout, são eles Fisioterapeutas, Médicos, Enfermeiros, Agentes Penitenciários, Administradores e professores.

O professor tem muitas atribuições que vão além da sala de aula, dever administrativos, planejar, orientar alunos, atender as visitas de pais, reuniões. Ainda participa de seminários, cuida do material didático, recreio etc. O educador desenvolve um trabalho diário, cansativo e importante, muitas vezes não é reconhecida por quem esta a sua volta, ou governos, provocando um cansaço e estresse continuo. Segundo Meleiro (2008).

“os professores desenvolvem um trabalho diário estressante, pois lidam com um grande número de crianças que não recebem educação adequada em seus lares. Os pais não colocam limites em seus filhos, são muito tolerantes e esperam que os professores se tornem responsáveis pela educação que é cabível à família. Muitos professores tentam orientar os pais sobre o comportamento dos filhos e ainda são destratados pelos mesmos”.

As instituições escolares e o educador competem papel comprazente na socialização do sujeito. Em uma Sociedade, o professor é quem propõe a base do pensamento. Essa mesma coletividade que vive apressada e não tem tempo para educar, necessita de ajuda, e é aí que, em meio a tantas dificuldades, surge o professor propondo princípios, ideias e pausas para reflexões.
E para um bom desempenho das atividades docentes depende de suas condições emocionais adequadas, em que o docente, no seu papel de educador, tornam - se seus educandos, uma referência, um exemplo nas suas atitudes, no seu caráter, na maneira de tratar o próximo. Lecionar é uma tarefa complexa que exige desse profissional muita dedicação e desprendimento.

Nas salas de aula, outrora o ambiente era bastante dócil, atualmente as informações são enviadas por todos os meios e não se encontra mais aquele sistema de escola tranquila e sossegada. Provocando crises e choques que causam confusões e, muitas vezes, atritos entre alunos x alunos e alunos x professores. No contexto escolar, os questionamentos aumentam, a indisciplina e a desmotivação aparecem cada vez mais. Os valores entram em discussão e deficiência, induzindo assim os profissionais da educação a nível alto de stress, Quando os estressores aumentam e são constantes podem levar à Síndrome de Burnout.

Um dos sintomas dessa síndrome mais evidentes nas pessoas que tem São: tender ao isolamento, sentimento de onipotência, perda do interesse pelo trabalho (ou até pelo lazer), absenteísmo, ironia e cinismo (BENEVIDES-PEREIRA, 2002).

Carlotto (2002b, p.7) comenta que:
“[...] professores com altos níveis de burnout pensam com frequência em abandonar a profissão. Esta situação ocasiona sérios transtornos no âmbito da instituição escolar e também no sistema educacional mais amplo”.

As decorrências do Burnout em docentes refletem no ambiente educacional, em seu exercício pedagógico, reflete nos alunos como a carência de motivação, indisciplina e afeta a aprendizagem.

2.3 Manifestações Da Violência Na Escola e Da Escola.


Segundo o artigo 18 do Estatuto da Criança e do adolescente “é dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente ,pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.”(BRASIL, Lei 8069/90,Art 18).
Lucinda diz:
“Para enfrentar uma cultura da violência, é necessário promover, em todos os âmbitos da vida individual, familiar, grupal e social, uma cultura dos direitos humanos. Somente assim acreditamos ser possível construir uma sociabilidade que tenha seu fundamento na afirmação cotidiana da dignidade de toda pessoa humana.”(LUCINDA,Nascimento;Candau,1999,p.63)


O colégio não deve limitar se somente a ensinar, mas deve funcionar como um gerador de comportamentos sociais. A Escola faz parte do processo de socialização, sendo processo continuo que inicia na família.
A violência na escola, distinguir-se por diferentes manifestações que sobrevêm no cotidiano da escola, cometidas por e entre professores, alunos, diretores, funcionários, familiares, ex-alunos, pessoas da comunidade e estranhos.
Caracterizam-se como atos ou ações de violência Física ,contra o(s) outro(s) ou contra o grupo, contra si próprio (, roubos, assaltos, ferimentos, golpes, estupro, agressões sexuais, Incivilidades - desacato, palavras grosseiras, indelicadeza, humilhações, falta de respeito, intimidação ou bullying. Essas ações costumam ocorrer dentro da escola (pátio, quadra, salas de aula); portão de entrada da escola e na via pública em frente à escola.

Violência contra a escola é importada como atos de vandalismo, incêndios e destruição, roubo ou furtos do patrimônio como: paredes, carteiras, cadeiras.Priotto (2008, p. 104-105) exemplifica os três tipos de aparecimentos de violência escolares ,classificados como:
Desestruturação familiar: vem da família dos pais e depois ele traz isso prum colega e o colega admira; Parte da ineficiência da educação que o aluno recebe em casa. Pais separados.
Situação econômica, falta de comida na mesa, falta de trabalho; Eu to com duas famílias aqui que estão passando fome à criança chegou pra mim assim – olha nós não temos o que comer... e eu não sei nem se eu volto pra casa porque eu acho que eu vou sumir, porque sou mais um pra dar despesa para os meus pais. Eles não estão empregados e não temos o que comer. Pela situação dos alunos, da cultura deles, eles já trazem de casa, maneiras de agir que não soa próprias do ser humano que vá produzir coisas boas né,
Aluno: tem revolta; ter poder; falta de perdão, religiosidade, amor, temor a Deus, respeito à vida, (noção de respeito), sem sentimento, sem emoção, afetividade, atira e mata porque não há amor; cumprimenta batendo, chama (o outro) xingando, falta de limite, não aceita mudar suas atitudes, perda da identidade, impõe medo, ameaçar, dar chutão, beliscão, bater e pegar na bunda das meninas, morder, bater boca. Ladrão, três assassinos condenados que merece uma chance que a gente dá, ladrão à vontade, ladrãzinho (são os alunos mesmos que roubam bicicleta, a vontade que são os alunos mesmos. Os alunos fazem assim tudo é marca qual a marca do tênis não tem marca – então é podre. O aluno que tem menos condições esse aluno se anula não pergunta encabulado ele nem levanta fica magoado pela situação isso é uma violência silenciosa. Violência tipo: te pego lá fora. Agressão física mais com a 5º série. Roubo de caderno; violência sexual; uso de entorpecentes, drogas, cigarro, À noite se não segurar com um pulso firme a gente perde a escola.
Relações profissionais: na relação de respeito de profissional com profissional, professor e funcionário (entra na sala de aula do outro professor abre a porta e entra, não bate, não pede licença, não chama pelo nome, não fala, por favor,chama funcionário de “tio”, ele o funcionário tem nome. Escolas (professores) não suportam educar os filhos de pessoas que não colaboram de forma nenhuma com os educadores. (Pais) entrega o filho na escola - vire-se com esse problema. Fica difícil a escola passar conhecimento,educar para vida com objetivo bonito, muito difícil. Todos gritam senão não consegue dar aula.
Violência contra a escola: Aluno chutar a porta, bater na porta.Vandalismo, ano passado prédio novo estragaram porta, estragaram um monte de coisa, fechadura, riscaram, tacaram pedra. Violência externa a comunidade veio roubar fio, quebraram vidro com pedrada. Violência da escola
Escola como problema social: todas as relações que passam aqui na escola volto a dizer, a gente passa grande tempo junto, a gente extrapolou essa condição que é respeitosa. Escola não forma para o trabalho e nem para que o cidadão tenha consciência da realidade, Aluno chega totalmente despreparado na escola chega sem acompanhamento. (diretora) Existem os que acham que você está sendo boazinha porque quer se eleger sabe? Resultado é da falta de preparo da escola que na grande maioria das vezes não sabe lidar com o problema. E diante disso a escola não dispõe de meios para combater ou prevenir o crescimento da violência escolar
Professor: a formação do professor, a formação de graduação teoria e prática, ou seja, com a vivência da teoria na prática é pouca mesmo. Professor se perde na orientação devido à enxurrada de informações que o aluno tem acesso. Professor está bem amedrontado com as ameaças. Professor tirando aluno de sala. Mandar dentro da sala. Coloca a gente pra trabalhar (limpar caixa d’água). Existe certa intolerância por parte do professor em estar lidando com os alunos problemas. Professor não espera pra conversar já grita.
Estudo/Conteúdo: falta significado que o aluno tem pelo estudo, se o aluno não ta entendendo o conteúdo ele se torna o sujeito que faz a violência escolar. Eles não encontram porque estudar. Aluno esta se sentindo coagido, pressionado e não sabe o que vai acontecer com ele, no sentido com aquela educação o que ele faz com aquilo então é uma forma de externar várias formas de violência. Aluno sem maturidade para entender.

A violência da escola é caracterizada como uma violência institucional, simbólica que só acontece nesse espaço, onde os alunos estão se descobrindo ,e transmitindo o que aprendem ou veem dentro de casa ,das instituições que frequenta ou as mídia que tem acesso.


Para Abramovay e Rua:

A violência simbólica é mais difícil de ser percebida do que a violência física, por que é exercida pela sociedade quando esta não é capaz de encaminhar seus jovens ao mercado de trabalho, quando não lhes oferece oportunidade para o desenvolvimento da criatividade e de atividades de lazer; quando as escolas impõem conteúdos distintos de interesse e de significado para a vida dos alunos; ou quando os professores se recusam a proporcionar explicações suficientes, abandonando os estudantes à sua própria sorte desvalorizando-os com palavras e atitudes de desmerecimento. (ABRAMOVAY; RUA, 2002, p. 335)


Esses alunos são analisados como incapazes, por não apresentarem performance escolar suficiente    e são motivados a evasão ,a repetência ou são encaminhados a classe de reforço ocasionando desanimo ,preguiça de prosseguir estudos e fracasso escolar. Numa ultima instancia permanecem cursando classe regular, mais agenciando indisciplina.

Assim percebemos que violência escolar tem origem em problemas que abordam o dia a dia da escola, e para ser resolvido é imprescindível que se busque soluções coletivamente. Ou seja é indispensável o comparecimento e a participação efetiva de professores, funcionários ,pais ,alunos, diretores e lideres da comunidade nas discussões acerca dos caminhos a serem delineados na solução destes problemas. (PRIOTTO, 2008,).
CAPÍTULO III: METODOLOGIA
3.1 Pesquisas Sobre Violência Na Escola Em Uma Escola Pública

Esta pesquisa que foi realizada nas escolas públicas do município de Japeri, Estado do Rio de Janeiro. A metodologia utilizada para a coleta de dados será embasada nas pesquisas   Qualitativa e teórica. Segundo Kincheloe (citado por Rey, 2005):

“a pesquisa qualitativa enfoca a experiência holisticamente, já que os pesquisadores exploram todos os aspectos de uma experiência. Como indivíduos que exploram as situações humanas, devem tender á variedade de fatores que as conformam. As complexidades relevantes à vida escolar, que frequentemente se perdem para os pesquisadores quantitativos, devem ser atendidas pelos pesquisadores qualitativos em sua busca do holismo”.(p.129).


Qualitativo com fonte primaria (conclusão histórica, registros públicos ou privados)e segundaria (fonte original da informação a ser discutida, envolvem generalizações, análises, sínteses, interpretações, ou avaliações da informação original.), questionários aberto semiestruturado. Os dados foram colhidos por meio de questionários (Anexo 1), elaborado com base em (ALVES, 2001).
3.2 O Cenário do Estudo.

A pesquisa foi realizada junto a duas escolas Municipais de Japeri, e conselho tutelar do município utilizando-se um questionário para professores das Instituições escolares, visitadas e conselheiros. Atualmente uma das escolas atende a comunidade local com o Ensino Fundamental de 1º a 4º ano com 884 alunos matriculados, também atende 133 alunos matriculados de I a IV fase da educação, turnos de manhã, tarde e noite, incluindo a EJA (educação de Jovens e Adultos). As comunidades que são atendidas por ambas as escolas são muito carentes.

A metodologia adotada é de abordagem temática qualitativa de análise e coleta de dados descritiva, com questionários abertos e semi estruturados, de acordo com os conceitos de (LÜDKE e ANDRÉ, 1986). Os questionários contêm perguntas iguais para os professores que participaram da pesquisa.

A intenção foi buscar contribuições para o tema exposto por meio do estudo, que tem por objetivo obter informações sobre a Violência na Escola, e o motivo da proliferação de tal ato na ambiente educacional do município.

O questionário, selecionado para essa pesquisa foi realizado com base na pesquisa de campo, nas necessidades do Ensino Fundamental. Foram escolhidos por abordarem assuntos expostos e observados em nosso trabalho.

Optamos por preservar os nomes dos professores no anexo 2 . Alguns educadores optaram em deixar claro sua posição sobre violência na sala de aula. Assim análise dos profissionais da educação encontra-se em citação direta clara.

Capitulo IV
4.1 Análises Da Pesquisa.

Como podemos ressaltar, na pesquisa realizada nas duas unidades escolares públicas municipais do Município de Japeri – RJ; sobre relação de Violência na escola no Ensino Fundamental, encontramos diversas divergências de ideologias e paradigmas diferentes nas respostas dos profissionais da educação, dentro do tema desenvolvido pelo trabalho.

Encontramos professores com diferentes concepções sobre a violência, seus tipos e como são expostas nas escolas. Um dos professores admitiu não saber lidar com essa situação de violência e agressão, seja física ou verbalmente. Outros relatam ver diversos tipos de agressões e não tomam nenhuma atitude para não terem atritos com os pais, que na maioria das vezes defendem seus filhos em seus atos violentos, ou estão envolvidos na criminalidade e geram medo nos professores ou funcionários da instituição.

Deste modo entendemos que é necessário criar normas de avaliação que ajudem o professor na assimilação de problemas na escola; resguardar tempo para os professores conversar com seus colegas; reconhecer e elogiar o bom desempenho do professor; definir de forma clara as expectativas do papel do professor na instituição de ensino; criar grupos de supervisão ou de apoio onde os professores possam compartilhar seus problemas de trabalho; promover a interdisciplinaridade para aumentar o contato e apoio de colegas e diminuir o isolamento; oferecer oportunidades de promoção para maior realização do professor; melhorar os canais de comunicação entre professores e direção e, por último, oferecer workshops e treinamento em serviço, inclusive sobre técnicas de enfrentamento de estresse , Burnout e sobre sua realidade na contemporaneidade. Reinhold (2008).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo desse trabalho, foi abordada violência na escola, sendo destacada sua origem, conceito, diferença de violência e Indisciplina, bullying, doenças causadas por estresse e violência na sociedade, mostrando que esse tema é antigo mais que a cada dia tem tomado grande proporção na sociedade e nas instituições escolares.

Dentro das analises desenvolvidas neste texto, entender-se que os conceitos de violência são abrangentes, e são caracterizado por agressão psicológica e física. Entende se que causa danos ou sofrimento a quem pratica e é atingido.

O interior das escolas mostrar a realidade em que vivemos, expressão da convivência apontada pela intolerância, desrespeito, pela ausência de diálogo e práticas de dominação e exploração. Nunes relata (2016. p16)
A escola é palco de diversos conflitos, entre os quais os de relacionamento, pois nela convivem pessoas de variadas idades, origens, sexos, etnias e condições socioeconômicas e culturais. Assim ,todos na escola devem estar preparados para o enfrentamento da heterogeneidade, das diferenças e das tensões próprias do relacionamento escolar.

A escola está sujeita a diversos conflitos, devido sua desigualdade, muitas vezes gera conflito e desacordo nas instituições. Diversos profissionais, educadores, pais e estudantes, procuram uma solução para alto índice de agressões física ou psicológica. Com uma preocupação evidente de todos os agentes educacionais na busca de situações para “vencer” a violência dentro da escola.

Violência seja onde for causa um grande trauma na vida das pessoas que assistem, praticam ou são atingidas. E na escola torna se ainda mais prejudicial, pois atrasa aprendizagem. Um aluno que sofre por algum tipo de violência ou está cercado dela não consegue se concentrar nas aulas, acarretando fracasso escolar e pouco aprendizado.

Foi feito pesquisa de campo, que corroborou alguns dados, sobre o fenômeno da violência escolar. Dessa forma, este estudo não tem a ambição de mostrar dados sobre violência escolar, até porque o quadro já é inegável e infelizmente bastante promulgado.
Conflitos dentro da escola podem ser saudáveis e necessários para o desenvolvimento humano tais como, brincadeiras desafiadoras, jogos, praticas esportiva, entre outros. Por outro lado muitos tomam rumos indesejáveis, transformando-se em agressividades. Isso é preocupante, pois desencadeia contenda, disputa pelo poder ,preconceitos, discriminação, bullying, conflitos de interesses e outros. Maria Zenaide ( 2003.90)ressalta que muitas vezes os conflitos escolares refletem :
•     Disputa de poder ( em função do lugar que se ocupa, do modo como se planeja e se decide os rumos da escola)
•     Disputa de saber ( de quem tem mais ou menos acesso ao saber e ao processo de conhecimento)
•     Disputa do modo de agir e ser ( busca ativa de experiência )
•     Falta de respeito com as diferenças
•     Relações injustas (privilegio de uns em detrimento de outros)
•     Falta de dialogo e isolamento da escola diante da comunidade para quem trabalha.

No entanto, até mesmo conflitos indesejáveis, podem refletir aspectos positivos quando trabalhados, e são excelentes oportunidades de aprendizagem. Por isso é necessário analise da situação, contexto em que esta inserida em parceria com toda comunidade escolar para vê modo de atuação, sugerimos implementação das práticas restaurativas na escola, para isso é preciso em primeiro lugar reconhecer o conflito, ouvir outro lado e dar início a um dialogo com respeito e igualdade.

Nunes diz, (2016 .17)
Precisamos ensinar ás nossas crianças e aos nossos jovens, desde cedo, que é normal enfrentarmos conflitos, pequenos e grandes, ao longo da vida ,e que isso não é negativo ,pois os conflitos são inerentes á pessoa humana. Negativo é não saber administra-los de forma a manter equilíbrio nas relações humanas e sociais ,permitindo que eles tenham consequências indesejáveis. Portanto ,é a boa ou má administração que levará o conflito a um desfecho positivo ou negativo para a situação.

Como comenta Andrade (2007.43),”Quanto mais houver conflitos devidamente elaborados com a ajuda dos educadores e educadoras, menos violência nas escolas haverá”. Violência é uma probabilidade e não uma necessidade, e a assiduidade de conflitos e brutalidade é retrato de situação mal administrada.

O enfrentamento de conflitos através de praticas restaurativas, com ações pedagógicas é alternativas para lidar com esse quadro de violência que tende só a crescer nas comunidades. Toda escola carece dar condições para discussão de valores que induzem a conscientização e á autorreflexão crítica. Nunes:
A busca da paz constante não quer dizer que não teremos conflitos na escola. Eles continuarão existir ,porque fazem parte da condição humana, mas coexistirão dentro de uma perspectiva de paz.(2016.21)

Nossa pesquisa realizada por meio dos questionários foi determinante para explicitar aspecto do que vem acontecendo dentro das unidades escolares visitadas. Os fatos que levaram a produção deste trabalho, inicialmente, foi expressão da violência que tem aumentado no município, numero de ligações no conselho tutelar aumentou nos últimos anos, para retratarem violência de aluno com aluno, aluno com professor e direção, etc. A violência da cidade chegou às escolas, o que gerou inquietação, como lidar com isso? O que fazer?

   No decorrer do texto percebemos que o assunto é extenso, precisa de ser muito debatido nas faculdades, escolas e na sociedade, para assim apresentarmos   analises, praticas e sugestões para lidarem com violência na escola. Nunes:

Toda escola precisa dar condições para a discussão dos valores que levam á conscientização e á autorreflexão critica...Assim, a escola pode ajudar promovendo uma educação que valorize as relações humanas e sociais e tenha como exercício cotidiano a busca da solidariedade, da amizade, da cooperação da paz, do respeito, da ética e dos valores fundamentais da pessoa humana..( .2016.21.22)

A escola é a principal instituição responsável por promover socialização, desenvolvimento da personalidade e inclusão dos individuo. É essa instituição que ajuda as pessoas se encontrarem na vida profissional, sendo assim, é a escola que precisa em conjunto com a sociedade trabalhar assuntos pertinentes a comunidade em que está inserida, buscando soluções, paliativos para os problemas que assolam todos, e que tem chegado as crianças.

De alguma forma, pode-se pensar em melhoria educativas a partir da aprendizagem do aluno. A escola, como sendo um lugar de transformação, o que era defendido por Freire (2003):

Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos. Por isso mesmo pensar certo coloca ao professor ou, mais amplamente, à escola, o dever de não só respeitar os saberes com que os educandos, sobretudo os de classes populares, chegam a ela saberes socialmente construídos na prática comunitária – mas também, como há mais de trinta anos venho sugerindo, discutir com os alunos a razão de ser de alguns desses saberes em relação com o ensino dos conteúdos. (Freire ,2003, p.30).

Nessa perspectiva, tendo em vista o atual estado do Sistema Educacional Brasileiro, inserida num conjunto sócio-histórico-político mais amplo, interrogar-se, como será que os docentes se percebem como profissionais, e educadores? Estão respeitando os saberes já adquiridos dos alunos,e incluindo na sociedade?

Hoje, a ocupação do instrutor ,exige ter muita percepção,afim de compreender necessidades dos educandos,para assim lidar melhor indigências.A vida prática dos alunos ,precisa ser trabalhada junto com os livros didáticos,”em certo sentido,os livros,ao expressarem o modo de ver de determinados segmentos da sociedade,fornecem ao professor uma oportunidade de conhecer as classes dominates explicam as realidades sociais e como dissimulam o real( LIBANEO,1991, p.141-142 ).

Nossa pesquisa realizada por meio dos questionários foi determinante para explicitar aspecto que vem acontecendo dentro das unidades escolares visitadas,este fenômeno pode estar longe de ser vencido, devido à falta de colaboração e entendimento dos órgãos governamentais responsáveis pela educação estadual e municipal, e devem formar órgãos com gestões mais participativas na elaboração de metodologia e projetos políticos pedagógicos eficazes e capazes de conter este fenômeno, que tanto debilita e inferioriza a educação brasileira.
Para educar na Era da Informação ou na Sociedade do Conhecimento é necessário extrapolar as questões de didática, dos métodos de ensino, dos conteúdos curriculares, para poder encontrar caminhos mais adequados e congruentes com o momento histórico em que estamos vivendo.( Moraes, 1997, p.27).


Educar é difícil, principalmente na Instituição Escolar,pois visa abranger diversas nuances,socializando o individuo,lidando com violência presente na escola e na sociedade. A educação de qualidade privilegia o aprender e a capacidade de intervenção alternativa, baseada numa cultura educacional que prioriza a atitude de pesquisa, de autonomia crítica, a busca criativa.

Dessa forma, é importante salientar que a escola já não deve atuar somente com um viés pedagógico, mas deve priorizar também o aspecto social e político que estão presentes no cotidiano escolar, além de precisar estar em concordância com a realidade do dia a dia , precisa também estar atenta às novas demandas que se instauram a cada dia na sociedade contemporânea.

Sendo assim, a escola não estará isolada, visto que não é uma redoma ou uma instituição à parte do âmbito social, ela tem a incumbência de promover a formação plena do educando para que este seja um cidadão crítico, participativo e autônomo.

Construir uma cultura de cooperação,de prevenção á indisciplina ,de não violência e de resolução pacífica dos conflitos nas escolas é um desafio permanete,que deve fazer parte de uma folisofia cotidiana de trabalho.(Nunes,2016,p.101)



Trabalhar preveção de violência e indisciplina para evitar conflitos ,é um aprendizado para todo corpo escolar,pois não é fácil lidar com assunto que aflige e gera medo.Construir essa pratica é um exercício que deve ser cometido todo dia.Prevenir e gerenciar a violência nas escolas constitui tornar a própria sociedade menos violenta.

É preciso confiar e ter resignação para verificar potencial das mudanças nas escolas/sociedade.Ademais ,os envolvidos no processo de construção das “praticas restaurativas” tem de estar cientes de que o processo não é rápido e que deve ser construído gradualmente.

O conjunto escolar é complicado ,e a escola,não dispõe de meios adequados ou de respostas eficientes para gerenciar e resolver os conflitos que nela ocorrem.Por isso além de atividade preventivas no espaço escolar que estimulam reflexão,os professores necessitam desenvolver meios e estratégias que lhe admitam trabalhar com o conflito de forma construtiva,cujo resultados causem efeitos duradoudos.

Nunes relata que práticas restaurativas são aliadas para lidar com Violência na Escola,Indisciplina e Bullying ,pois dão alternativas para corpo docente trabalhar e lidar melhor com a problemática.

As praticas restaurativas:( 2016.p.49)
•     Ajudam os jovens no (re)descobrimento de sua autoestima e o valor que eles tem para si mesmo,para suas famílias e para o mundo ao redor;
•     São excelentes para que os jovens assumam a responsabilidade individual por seus comportamentos e por suas vidas;
•     Desenvolve na criança e no jovem pensamento critico ,as habilidades para solucionarem problemas e empatia com os outros;
•     Melhoram o ambiente em sala de aula pela diminuição de tensões;
•     Desenvolvem um ambiente cooperativo e o senso de comunidade escolar;
•     Permitem mais tempo ao professor para cuidar dos afazeres para os quais foi formado.

É preciso confiar e ter calma para constatar possíveis mudanças,o trabalho é difícil ,muitos não acreditam nas mudanças,mas comprometimento aliado as praticas de transformação geram resultados. As mudanças devem acontecer sem traumas como diz Hopkins 92006,43 ):

[...] Transformar uma escola,ou qualquer instituição ,em um lugar onde a justiça restaurativa ,informa o modo como as pessoas interagem diariamente umas com as outras ,é algo que precisa ser feito restarativamente .Todos que serão afetados pela mudança devem ser envolvidos e sentir que seus pontos de vista são respeitados e levado em conta.


Para tal transformação é necessário ação conjunta com os professores,funcionários, alunos e pais,afim de estabelecerem regras e metas a serem atigindas.Qual escola eu tenho,e Escola que eu quero ter? deve ser questionamento para iniciar essa ação,de tal modo iniciará atuações na escola junto com a comunidade, para lidar com questão que tanto incomoda sociedade.


Caso não tenha eficiência nas práticas dos educadores,”restaurativas” ,o ideal é que busque o máximo de eficiência nos exercícios,entretanto falhando estas ou não sendo eficientes ,restará oferecer apoio e cuidados específicos para aquele aluno,junto á rede de garantia de direitos e proteção social( Setor Social, Setor de Saúde,Conselho Tutelar) ou mesmo acionar os meios policiais ou da justiça.Algumas vezes as formas punitivas terão que er aplicadas.

Concluindo a nossa pesquisa, mas não esgotando a possibilidade de continuar este raciocínio epistemológico, reiteramos que é preciso empenho dos educadores a sua pratica de ensino, valorizando sua função no ambiente educacional.



ANEXO 1 – Questionário Submetido

( ) PROFESSORA ( ) ALUNO


1. NA SUA CONCEPÇÃO O QUE É VIOLÊNCIA?
______________________________________________________________________


2. DE QUE FORMA ELA SE MANIFESTA NA ESCOLA?
______________________________________________________________________


3. ESPAÇO ONDE OCORREM AS AÇÕES DE VIOLÊNCIA?

( ) NO ESPAÇO EXTERNO Á ESCOLA ( rua)
( ) NA PORTARIA
( ) NOS DIVERSOS AMBIENTES DA ESCOLA ( banheiros, bebedouros e
corredores)
( ) NO PÁTIO
( ) NA SALA
( ) AGRESSÃO VERBAL
( ) DANOS AO PATRIMÔNIO MATERIAL DA ESCOLA

4. ASSINALE OS EPISÓDIOS DE VIOLÊNCIA OCORRIDOS NA ESCOLA?

( ) GRITOS
( ) AGRESSÃO VERBAL
( ) DANOS AO PATRIMÔNIO MATERIAL
DA ESCOLA
( ) EMPURRÕES
( ) BRIGAS
( ) MALEDICENCIAS
AGRESSÃO FISÍCA
( ) INTIMIDAÇÃO COM ARMAS
( ) AMEAÇAS
( ) TRÁFICO DE DROGAS
( ) FURTOS E ROUBOS
( ) OUTROS______________________


5. VOCÊ JÁ SOFREU ALGUMA VIOLÊNCIA NO ESPAÇO ESCOLAR?

( ) SIM ( ) NÃO

6. QUE TIPO DE VIOLÊNCIA?

( ) GRITOS
( ) AGRESSÃO VERBAL
( ) DANOS AO PATRIMÔNIO MATERIAL
DA ESCOLA
( ) EMPURRÕES
( ) MALEDICENCIAS
) AGRESSÃO FISÍCA
( ) INTIMIDAÇÃO COM ARMAS
( ) AMEAÇAS
( ) FURTOS E ROUBOS
( ) OUTROS ____________________


7. QUAIS AÇÕES EMPLEMENTADAS PELA ESCOLA PARA DEBATER O FENÔMENO DA VIOLÊNCIA?

( ) OFICINAS
( ) PALESTRAS
( ) CURSOS
( ) REUNIÕES
( ) LEITURAS
( ) OUTROS____________________________________




ANEXO 2
Questionário Submetido Conselho Tutelar Com Resposta

1)     Quando o conselho tutelar é acionado na escola?

R: O conselho atua em casos em que existe violação de direitos dentro do espaço escolar,visando garantir proteção física ,psicológica e social.Exemplo. Ausencia de merenda,ausência de professores,uma possível violência,tudo que esteja no ECA,e não seja respeitado pela escola,porém somos acionados com mais frequência por insdisciplina escolar(o que não compete ao conselho).

2)     O que vocês fazem para lidar com essa situação violenta,coma escola e os alunos?

R: No caso de violação de direitos a principio um dialogo com a unidade,encaminhamos para os órgãos competentes( Secretaria de Educação,MP....) No caso de indisciplina,encaminhamos a equipamentos da rede municipal para o atendimento á criança/adolescente englobando saúde,assistência social,esporte,dependendo da questão detectada.


3)     Quais os tipos comuns de agressões no município?

R: Agressão verbal entre alunos,bullying e alguns casos de violência física.Caso ocorram dentro do espaço escolar as medidas adotadas são de responsabilidade do gestor.


ANEXO 3


Exemplo de Atividade Práticas Restaurativas para Reflexão

     Vivenciando uma Escala de Conflitos (Atividade adaptada de Lieber 1998;91)



Fase 1

Pergunte aos alunos o que eles ouvem e o que eles veem quando há um conflito.Divida o quadro em duas partes e numa coloque o que eles disseram que ouvem ( gritos,palavrões ,insultos,choros,etc) e na outra, o que eles disseram que veem( dedo apontado para o outro,expressão de raiva,luta física,etc) . Explique aos alunos que um conflito entre duas pessoas,se não gerenciado pode crescer e intensificar.

Fase 2

Peça aos alunos para que fiquem em grupos de três e explique que farão uma atividade visando refletir escalada de conflitos.Em cada grupo,os alunos 1 e 2 simularão o conflito e o numero 3 irá observar-los.
Em seguida peça os trios relatarem o que aconteceu nas simulações ,tanto na linguagem falada,como na linguagem corporal,mostrando as escalas dos conflitos.

Fase 3

Faça com a turma uma reflexão conjunta sobre a melhor forma de desenvolver o incidente,pedindo sugestões aos alunos,sempre lembrando da importância do dialogo e do uso da não violência.
Nunes (2016 p.52-53)


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

ABRAMOVAY M. & Rua, M. G. (2003). Violência nas escolas. Brasília: UNESCO.

ABRAMOVAY M. & Calaf, P. (2010). Bullying: Uma das faces das violências nas escolas.
AQUINO, Julio groppa .Indisciplina o contraponto das escolas democráticas. São Paulo.Moderna.2003

BIBLIA,N.T.GENESIS .Português. Bíblia de Promessas. Versão de João Ferreira de Almeida. São Paulo Kings Cross Publicações. 2002. Cap 4.Vers 8.

COLOMBIER, Claire. A violência na escola. Tradução de Roseana Kligerman Murrayl. São Paulo: Summus,1989.

COSTA ,Helen Regina. Violência Escolar. Politicas Publicas e Programas no Município de São José dos Pinhais.

ESTATUTO, da criança e do adolescente: Lei 8069/90. Brasília: Congresso Nacional,1990.

GONÇALVES, Luiz Alberto Oliveira. A Síndrome do Medo Contemporâneo e a Violência na Escola. São Paulo. 2008. 3º Edição.

MELEIRO, Alexandrina M. A. da Silva. O stress do professor. In: LIPP, Marilda Novaes. (org.). O stress do professor. 6 a ed. São Paulo: Papirus, 2008, cap.1, p. 11-28.

MEZINSKI, Pierre. As faces da violência: como entender e enfrentar a agressividade. São Paulo: Ática, 2007.

NUNES, Antônio Ozório. Como restaurar a paz nas escolas: Um guia para educadores – 1 ed.2ª edição reimpressão – São Paulo Contexto, 2016.

SPÓSITO, Marília Pontes. Um breve balanço da pesquisa sobre violência escolar no Brasil. Revista educação e Pesquisa, São Paulo. V. 27, n. 1, p. 87-103, 2001.

SOUZA, E. R. (1993). Violência velada e revelada: Estudo epidemiológico da mortalidade por Causas externas em Duque de Caxias, Rio de Janeiro. Caderno de saúde pública. Rio de Janeiro. 9(1), 48-64.

TAMAYO, R. M. (1997). Relação entre a síndrome de Burnout e os valores organizacionais no pessoal de enfermagem de dois hospitais públicos. Dissertação de Mestrado. Universidade de Brasília. Brasília.

TRÁGEDIA em Realengo Disponível em >. http://g1.globo.com/Tragedia-em-Realengo/noticia/2011/04/atirador-entra-em-escola-em-realengo-mata-alunos-e-se-suicida.html acesso 01-03-2017>



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Outros títulos do mesmo autor

Monografias VIOLÊNCIA NA ESCOLA Jhessyka de Oliveira Ribeiro
Monografias COMO ABRIR UM POLO EAD Jhessyka de Oliveira Ribeiro


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