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CHUVAS DE PENSAMENTO
jessé barbosa de oliveira


      CHUVAS DE PENSAMENTO




Ouvi o fragor das gotas d’agua caídas ontem, lá fora;
    mas, fugazes, elas tão-somente se mostraram...
    como também a sua ressonância.
Peremptoriamente, aliás, como o é a via temporal de uma bala:
    sim, porque, ao sair da ígnea arma,
    em poucos momentos, transmuda uma lépida potência de luz
    numa vida irremediavelmente ceifada.


Ah, também eu sei
     que na minha mente chove.
No entanto, não são gamas de efêmero H2O cadente;
    infelizmente, na realidade, vertem-se dilúvios de epígrafes                                                              
                                        ácidos:
    os quais nem remotamente lembram o olor da transitoriedade.
Creia-me: é muito ao contrário. A bem da verdade,
                                    na mentosfera,
   eles se formam; se condensam; deixam-se ficar; expandem-se e   
                                    Se reverberam!
Sempre num vôo-passo fleumaticamente contínuo. Continua-
   mente inercial. Inercialmente reto.


Sim, eu tomo essa híbrida espécie de chuva
    por fluxos de diária reflexão
    que me levam bem ulteriormente a mim;
    e, ao mesmo tempo, inimaginavelmente
                 próximo: próximo das chagas.
Contemplando as chagas: próximo o bastante para
                                       contemplá-las.
Sentindo as chagas: próximo o bastante para
                                       senti-las.
Incorporando as chagas: próximo o bastante para
                                        incorporá-las.
Então, finalmente, sendo as chagas: a se apossar da sua matéria;
                                       e, enfim, ei-las... eis que sou elas!


Não, não posso contemplá-las...
Não, não posso senti-las...
Não, não posso incorporá-las...
Não, não sou a matéria...
Não, não sou a chaga.


Ah, pena que não possa nada...
Ah, pena que uma coisa só fazer possa...
Ah, pena poder apenas empunhar a pena pra exarar
                                                                                    E mais nada.
Sim, que porra não poder conter a chuva... Não estancar a cruel
                                    enxurrada.
Não poder acabar com o padecimento causado pelas mazelas.
Não cicatrizar as dolorosas chagas!
                                                    Ah, e esta chuva que não passa...

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA



          




Biografia:
MEU NOME É JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA. NASCI NA CIDADE DO SALVADOR, BAHIA EM JUNHO DE 1982. EXARO POEMAS DESDE OS DEZESSEIS ANOS DE IDADE E ULTIMAMENTE TENHO O ENSEJO DE PODER PUBLICÁ-LOS EM ALGUNS NICHOS DE POESIA PRESENTES NO COSMO CIBERNÉTICO. CONTUDO, APESAR DE USAR A POESIA COMO UM INSTRUMENTO DE CATARSE PESSOAL E TAMBÉM FERRAMENTA DE REFLEXÕES SOBRE O MUNDO EM QUE VIVEMOS, NÃO ME CONSIDERO UM POETA POIS ESTE É UM ALQUIMISTA DA PALAVRA ÁCIDA. EM OUTROS TERMOS, QUERO DIZER QUE O BARDO É AQUELE CAPAZ DE TRANSMUDAR CHUMBO DA COTIDIANA EM ROSAS DE OURO. EM DERRADEIRA ANÁLISE, EU GOSTARIA DIZER QUE TODOS TEMOS QUE PROCURAR UM CAMINHO PARA NOS EMANCIPAR MESMO QUE SAIBAMOS QUE MUITOS DE NÓS TROPEGAREMOS EM VEZ DE CAVALGARMOS. SIM, E É POR ISSO QUE MINHA PESSOA ESCREVE: PARA QUE, NO TROPEGAR DE MINHA POESIA, EU POSSA ENCONTRAR A LIBERDADE. FALO TAL COISA, PORQUE UMA VEZ MARTIN LUTHER KING DISSE: --- "PODEM APRISIONAR MEU CORPO, MAS NÃO A MINHA MENTE". ATENÇÃO: TODOS OS POEMAS FORAM REGISTRADOS PELA BIBLIOTECA NACIONAL, SITUADA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO E SE ENCONTRAM SOB A PROTEÇÃO DA LEI DOS DIREITOS AUTORAIS N° 9.610/98
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