A vejo pelas câmeras de vigilância de casa, um arbusto se contorce na cena, é rua ventilada e a planta, uma acácia amarela que ainda irá, apesar da depredação de mal feitores, exibir todo seu glamour natural, a noite na maior parte do calendário,a brisa é bem agradável,de dia é quente como o ar que faz flutuar balões, causticante.
Nela as vias e calçadas padrão, entretanto parece larga e da porta da minha morada vê-se dividida de modo simétrico por canteiros; estes têm uma frondosa árvore tipo castanhola e o restante apenas terra dentro da moldura que o limita (harmonizaria bem umas flores nesses canteiros, mais árvores que proporcionassem sombra, abrigassem mais pássaros cantantes, enfim que a vida florescesse bela e alegre ao nosso redor).Ah! Seria uma atmosfera e experiências paisagísticas transbordante de satisfação. Mas isso de que falo vem em muito da mentalidade humana e cultura, e porque não dizer também da ausência desta, vivêssemos em uma cultura social que fosse mais eficiente na correção dos desvios sociais e com a sensibilidade no sentido de valorizar e admirar as coisas simples e belas da natureza, ao invés da degradação dos vandalismos impunes; teríamos uma paisagem digna de um quadro impressionista da melhor qualidade.
Por trás do Ginásio de esportes denominado “ O Vovozão” que é uma referência (apelido político) do ex- Prefeito, senhor Luiz Martins de Oliveira, está instalada a Loja Maçônica Dogival Costa,nome de uma personalidade que enalteceu nossa cidade com sua participação no poder legislativo municipal.Na calçada tem uma árvore que se chama acácia amarela,cujo nome é título de uma das músicas do repertório de Luiz Gonzaga.Na casa de número 441, a Rua é Siqueira Campos de onde observo como a vida passa ao nosso redor e o que deixa de passar tambem.
Rua de paralelepípedos,calçamento bem executado,estimo que ele ainda não aniversariou 3 anos,também não está entre os asfaltos realizados recente nesta urbes; um dia asfaltada então,seria útil e válido permanecer os canteiros que em simetria dividem a visão de frente da minha morada,estabelecem os limites e dão segurança ao trânsito.
As festas no Ginásio,algumas delas muito alegres,com música ao vivo,enchem de carros e carrões estacionados em filas ao meio fio.Mas no primeiro final de semana que passei aqui houve uma gincana escolar,que apesar de não assistir, ouvi os brados estridentes das torcidas e me fizeram imaginar como estaria dentro do prédio,em escala de decibéis, acima do nível recomendável para a saúde, a duração foi uma manhã por volta das 9 hrs:00 e uma tarde toda com essas turmas que se guardadas proporções de quantidade para compararmos, creio superar em barulho a platéia do anfiteatro do Coliseu Romano.
Um movimento que é de rotina quase toda segunda na Siqueira,eles começam a chegar por volta das 19:30, os cidadãos da fraternidade maçônica se reúnem e é sempre assim,de noite.
E por falar em noite, é clichê,é comum lembrar da lua,das estrelas e dos namorados.Pois é,mas eu não lembrei,devo a lembrança a um amigo nosso (Rau Ferreira), eles aparecem de noite,oriundos das festividades locais e de dia,geralmente com fardas escolares,locais mais discretos sempre são preferidos pela turma dos “amassos” e que amassos! Nessas ocasiões apenas faço que não vejo...Mas atenção que agora é de utilidade pública! Moradores mais experientes em termos de lugar me advertiram,nem todos os que se abraçam às jovens a ocultar seus rostos em meio a supostos namoros podem ser às vezes marginais e utilizam deste “truque” para disfarçar ou “justificar” o fato de estarem em horários nada convencionais de frente a casa dos outros,na espreita a aguardar oportunidades de praticarem delitos e crimes.Ser atento diante desta criminalidade toda para não sermos mais uma vítima nas estatísticas,ainda não é o suficiente,é o tipo de situação na qual todo cuidado é pouco, é preocupação constante em termos de Brasil na atualidade.
Os sons da minha rua são típicos de cidade do interior,mais campestre ainda eu diria,sons de sítio,áreas rurais,um galo que poucas vezes escuto,não chega a incomodar;pardais predominantes,mas há também visitação menos frequente de espécies mais raras nos dias atuais,galos de campina;concriz.Gostei muito do que aconteceu nesta rua, desde que foi iniciada a construção da casa onde moro,já pousava por aqui duas corujas,não sei se é um casal,de vez em quando pousam ou sobrevoam o setor,muitas vezes ao ouvir som característico observo pelas câmeras,um fato curioso é que apesar de cerca elétrica elas ficam de pé sobre os postes desta cerca sem nunca pousarem nos arames eletrificados.Curto muito a presença delas,não trago para minha vida a idéia dos filmes de assombração de minha infância e adolescência no qual elas eram associadas a acontecimentos ruins.Elas são símbolo de sabedoria,de conhecimento,são noturnas e é desse aspecto que prefiro vinculá-las em meu pensamento,afinal não fazem mal a ninguém e pelo contrário compõem o visual de modo mais exótico;para mim ao fitar nelas só encontro um ar engraçado e pueril,podem me chamar de contemplador coruja se quiserem,mas não acho e não sinto repulsa alguma ao vê-las,ao contrário fico feliz!
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