Caça aos loucos
Há dez anos atrás, na cidade de Capeslania , era comum que alguns habitantes, conhecidos socialmente por seus transtornos mentais, e que não tinham acompamento psiquiátrico, passassem pelas ruas em plena luz do dia, se concentrando principalmente em frente à mercados, igrejas, escolas ou nos bancos das praças.
Num de seus passeios, em frente ao principal colégio da cidade, o qual atendia alunos entre a quinta e oitava séries, o personagem apelidado de João cagão, foi surpreendido e acompanhado por um grupo de estudantes que retoravam para suas casas no horário do almoço. Estes, ainda que de longe, dirigiam a João palavras de insulto, piadas, gargalhadas, maus olhares e todo tipo de caretas. Cessando a perseguição apenas quando um adulto lhes repreendia, do contrário, continuavam seu lazer, uma vez que qualquer outro estudante ao olhar aquela cena, parava, se não ria e permanecia ali, passava adiante após contemplar aquele episódio.
João, assim como Neuzona e Zé Ponha, já falecidos, ou ainda como Genezio e Dêra, eram os personagens preferidos dessas minigangs, bem como de brincadeiras feitas por um ou outro adulto que por eles passavam, os quais nunca sabiam seus nomes, pois aprenderam seus apelidos.
Esse tipo de caça aos loucos, hoje seria mais preocupante pois, além de preocupar-se com os estudantes que saem sobriamente das escolas, o CAPS precisaria protejê-los também dos bêbados e daqueles outros loucos por entorpecentes ilícitos, que estão em maiores quantidades. E também porque até hoje não se sabe se algum daqueles estudantes ou adultos chegou a maltratar-lhes fisicamente.
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