OSSO DE SONETO |
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orivaldo grandizoli |
Resumo: ... |
Até que eu esqueça como as palavras surgem no horizonte
desmontadas
aos pedaços
fragmentos
mudas
agarradas letras umas às outras
simples música de artistas vadios
ondas de mares ocultos
sobras de esqueceres tardios
em noites estreladas...
Até que eu me perca e nunca mais me ache
nem ache alguém meus passos sem lama
e viva escondido dentro de um vidro
sem rótulo e sem promessas
osso de soneto
amado e branco...
Até que eu desapareça como fazem os filhos da lua
quando o sol reparte o luminoso pão de cada dia
a seus filhos que vivem na selva sem relicários
e
mansamente surgem pastores e suas almas perdidas
e cães vorazes do inferno de cada um
e
a porta aberta da cabana deixa entrar
os pássaros que voam como girassóis
de feltro num raio de cem quilômetros...
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Biografia: Se a palavra vem da boca
nasci quando a genealidade marcou touca
e me pôs para cantar em voz rouca...
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