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Viver Estranho
Flor do Verão Brasileiro

Durante o dia tremo,
Escorro,
Sinto dores,
E me contorço.

Durante a noite esfrio-me,
Reclamo ao espelho,
E cubro o rosto
Escondendo a pele áspera e doente

Nos outros sempre
Corro,
Respiro o ar
Que parece roubar-me os pulmões

Escondo-me novamente.
Sorrio.
Enxugo as narinas, que ressecadas sangram
E vivo, como se tendo duas faces, viver fosse menos estranho.


Este texto é administrado por: Flor de Verão Brasileiro
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