Quantas palavras procurei de dia e de noite
só para dizer-te do que de mim escapa
e procura juntar-se a ti como se fosse
de um lago morno uma bela carpa...
Quantos versos li de poetas maduros
e com eles andei em becos e tristes vielas
e como clarões iluminaram esse meu escuro
poema que escrevo como presente para ela...
O que se tem na mão pode não ser o que se quer
um ledo engano que impede passos em sua direção
quantos retratos e nenhum como dessa bela mulher
que me assustou e trouxe paz ao meu coração...
Se fosse eu uma canção escrita por quem ama
as águas do mais turbulento rio cantariam
e seus peixes se deitariam à margem em chamas
e do fundo mais fundo do fundo um poema
se ouviria...
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