Penso, logo dispenso o silêncio,
ouço os pruridos da filosofia semântica,
o avesso é o avesso do que vai dentro,
antes Einstein, hoje semeadura quântica...
Penso, logo cogito o logos do infinito,
deveras ousado é pensar o que já foi pensado,
é como ouvir a palavra escondida dentro do grito,
sapiência de um escorpião que pica e nunca foi picado...
Penso, logo armo o braço com o demolidor escudo,
enfrento as batalhas contra aluviões de gralhas,
o mar, que ruge verborrágicas ondas, me faz surdo
ao correr da centopeia de idéias tão devoradas...
Penso, logo abano-me com o leque da ígnea cultura,
mais fundo vou no que há entre o sim e o não que fia
a medula do conhecimento com o sangue da estrutura
vertical que rege a carne suculenta desta pensante poesia...
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