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SES’SEN’TA
manoel serrão da silveira lacerda

Ó qu’eu por amor à ti vida fiz-me o verso a borracha, a escrita poesia, o corpo e ánima: [a] fala e o Sujeito com a palavra. Fiz-me o zéfiro e a tormenta, o sonho e o pesadelo, o ruído e o silêncio, a luz e a sombra. Fiz-me pouco a pouco o sonho da paz e o sono sem medo da noite.

Fiz-me Sol, o céu, o sal, o cio, dias rútilos –, sementes, plantei-me em ipês de flores amarelas, Fiz-me o modular do bem-ti-vi e o revoar do colibri beija-flor.

Águas... águas de abril, chuva benta, rios correntes, fiz-me o vaivém das ondas e dos mares n'áreia: Fiz-me oceanos e os litorais. Fiz-me o protoplasma d’onde advém ao mundo: o homem.

Fiz-me Crença e Descrença, a rocha do fraco, o riso do forte, o fogo-fátuo, o sulco do cenho, a lepra da face quão a cura no amor.

Fiz-me a [I]mago, a purga de Hades, o ósculo amagor, o Eden-, Fiz-me o Pai, o Filho, o Espírito, o Santo belo da dor.

Construção... obra em curso: ou o ninguém por merecer, valer a pena conhecer-, Fiz-me a essência, o existir do ser acontecer.

Fiz-me prantos e revoados cantos, os “Todos” e os “Nenhuns” do meu onthos, - fiz-me o apego, o liberto, o desejo e o desapego. Ó incompreendido? Fiz-me ser a compreensão do Ser que se descobre até no aquilo que aparece como já tendo sido. Ó vida, tenho pressa.

Tenho pressa? Não vês que o tempo urge para o quê me resta?

Não vês que pó pra sê-lo uma só prece no poema é o que me presta?

Não vês que todo o homem não é mais que um sopro, tenho pressa? Ó tempo, diz-me: o que me resta? O que me resta?

Ó nada há mais são na minha carne, mas devora-me a carne? Nada há intato nos meus ossos, mas quebra-me os ossos?

Inda débil, couraça coberta de pelos aos farrapos... Ó tempo, perguntas em aberto: o futuro? É o hoje! Ó não dei voltas, não escondeis de mim a vossa face... Ó tempo sem pressa aos ses’sen’ta? Tu me pesas!









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