Papel, me figura como droga
Uma esperança a mais de curar a angústia
Que permeia meus pensamentos, meus sonhos noturnos
E quase todos os poemas que escrevo
Tentativa vã de embriaguez!
Pois jamais uma palavra me há provocado alívio
E nem uma vez com sucesso recuperei o sono
Após escrever um poema
Pelo o que então de forma tão intensa clama a minha alma?
Seria pela estética, pelo prazer de apreciar a arte e o belo?
Talvez seja pela compreensão de sábias palavras
Que em vão tentam nos explicar a imensidão imaginativa do ser humano
Ou será um instinto mal compreendido
E pelo o que de fato clamo é pele, mordidas, cheiros e sorrisos?
Sem saber do que necessito
Sigo poeta e sem resposta
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