Um passo certo,
Eu peço para a minha vida, um simples voo,
Morcego cujas asas nada veem,
Eu não o impeço,
Voa como vivo,
E o voo me dá sossego.
Morte encontro alguma estrela
E busco,
Ou meço,
Cismo ou sonho como herói (troiano ou grego),
Que algum deus mereça esta mão
Que apresso,
Tanto quanto um deus
Sereno e sem apego.
Lendo após a noite, as pedras onde piso,
Rindo após o dia,
Faz-me entrar na terra.
Como quem não parece dispor de vida.
Tão furtivo é ter-se à pele, sem aviso,
Sem escolha, a vida,
A morte.
O tempo
Encerra minha procura, a
— Incerta de viver —
Ferida.
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