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Noturno beijo do desejo
Sergio Ricardo Costa




Por isso mesmo aprumado
Em nossa frágil, desdenhada
Ação de crer indiferente,
Por isso a vida urgentemente
Parece menos animada,
Solene, fria e lentamente,
Enquanto espera um mergulho
Profundo
Sobre o infinito
(Chamado vida) e elabora
Desertos como um trapézio
Dourado (e muitos precipícios
Embaixo).

Outro é o aspecto
Real de tudo, povoando
Palavras cheias de perigos
E não somente bons segredos;
Alguma coisa frutifica
Bem perto, sem que as despedidas
Demonstrem isso.

E caso eu
Soubesse quem examinasse,
Inútil, qual um testamento
Inútil, feito de sarcasmos
Inúteis, próximos de sua
Garganta seca, brasileiro
Incauto, ia me transformando
Em uma série de fiapos
De planos, vendo nem sabendo
Alheio, assim que me propunha
Danar de luz e coerência
Na mesma casa, a cidade
Que habito.

Nada do que isto
Tem sobre mim, desagradável
Noção de algo que eu não faço,
Importa crer que não desfaço
E assim (que) o queira, ignoro,
Suspiro e tudo se desune
Com pouco mais do que a ironia
De uma estrela apagada
No tempo, amargo aperitivo
De carne crua e saliva,
Confuso após o persistente
Desejo e cheio de carinho.

Alguns abraços, verdadeiros
Disfarces, dá-los de presente
A quem não os queira, imprudente,
Desfecho para a derrota,
Mais um abraço derradeiro,
Insista em dá-lo, de repente,
A quem queira simplesmente
Provar que não desacredita
Da vida cheia de esperanças.

Tem sua conta abrandada,
Senão em si — qual superfície
Retenha, — mas, autoritária,
Distante; sendo o que nem pode
Dizer que não queria como
Pessoa, próxima a si.

Humano é quem, neste processo,
Almeja estrelas, iludindo
Ingênuos com especial
Enlevo e certa quantidade
De suas próprias incertezas,
A erguer de fundas cicatrizes (...), o
Humano:

Aquele esquisito

— Nas ruas, trêmulo e incerto;
Persegue a vida (com os olhos),
Procura os vivos no silêncio
Das noites frias no terreno
Baldio da falsa segurança,
Que se desmancha pelas sombras;
Noturno beijo do desejo,
É a vida, flor que se deseja,
Que se espalha, especial
Formato para o sofrimento
E, assim, ocorra
Especial,
Cultivo nobre e especial
Colheita.


Biografia:
-
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