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Que mais pareça circunstância
Sob a proteção da lona
Nilton Salvador

Resumo:
O ano de 2016 colocou os deuses juristas, os políticos e a imprensa codelinquente do circo Brasil no picadeiro entre tapas e malabarismos retóricos, para ver quem aparecia mais.


Em uma breve retrospectiva do ano que se finda, quase faltaram notícias boas, enquanto teve tantas ruins e tão difíceis que alguns pensadores sobre a proteção da lona do seu sacrossanto ponto de vista pessoal, lembraram que ele não deveria ter existido. Porém...
O ano de 2016 colocou os deuses juristas, os políticos e a imprensa codelinquente do circo Brasil no picadeiro entre tapas e malabarismos retóricos, para ver quem aparecia mais.
Alguns ministros do STF só faltaram sair na rua com a bandeira do PT, tão impregnados de ideologia que nem pareciam juristas, mas militantes ajustando o direito de acordo com reprováveis interesses corporativos. Disse um criminalista: o certo foi feito da forma errada e o errado, da forma certa.
O presidente do Senado condenado pôde ficar no cargo, concordando que não podia suceder o Presidente da República. Já o da Câmara, pelo mesmo motivo, foi defenestrado do mandato. Pesos iguais, medidas diferentes. Condenado pode ser presidente, processado não? A incrível decisão dos juristas nem a psiquiatria explica.
Depois de sacarem a presidenta por crime de responsabilidade, o povaréu foi para as ruas pedir transparência, sem perceber que enquanto criticava o Poder Executivo, os demais continuam conspirando mais uma reforma da Previdência, Leis do Trabalho e, veremos...
No glorioso 2016 desta era cristã, direta ou indiretamente só deu Justiça. Foi dada a partida para a “despenalização do aborto”. O STF não pode considerar impunível o aborto até o terceiro mês de gestação porque a Lei não permite isso, pois as hipóteses legais já estão descritas na Constituição. A mais recente e perigosa moda dos juristas é interpretar o que está expresso, pois ao ver deles não é digno com a mulher gestar sem vontade.
A Operação Lava Jato continua seu trabalho, considerado como a maior investigação de corrupção da história do Brasil, com repercussão e respeito mundial e valendo para 2017.
Espero sinceramente que todos os entranhados tenham tido um bom Natal.
Em alguns momentos 2016 mereceu ser falado no diminutivo, para ver se sumia. Que aninho dissonante. Seus dias não foram fáceis, nem para notícias animadoras. Caiu o avião da Chape... Gerou uma assombrosa onda solidária de amor universal na dor em todo o mundo. Não dá para falar disso, arde à garganta e o sal das lágrimas ainda queima os olhos.
Para os ínclitos legisladores foi pouco, pois na calada da noite em que o povo estava traumatizado pela tragédia da Chapecoense, eles transformaram o texto original do “projeto” popular anticorrupção, em outro, ridículo, enfiando goela abaixo da Nação.
Proposta certa ou errada, mesmo com o povo traumatizado pela dor, não se pode fazer o que os deputados federais fizeram na Câmara e o Senado insiste continuar. Um integrante da baixeza ao ser perguntado se ele não tinha vergonha, respondeu que tinha, mas vendeu.
Alguns ícones da música pop no mundo resolveram voltar para o outro Plano. O Prince, Bowie, e quando 2016 já estava mudando a figura no calendário, George Michael, no dia de Natal, foi cantar seu êxito planetário “Last Christmas”, junto com Leonard Cohen louvando a Deus com sua “Hallelujah”, atores, atrizes, cantores e cantoras, reis, pessoas queridas e menos votados preferiram o além, talvez por saberem, que 2016 não agradaria a todos.
E não deu folga, ao ensaiar os últimos suspiros levou Carie Fisher a princesa Leia de "Star Wars", para o outro Plano no espaço aéreo dos EUA antes de pousar. Um dia depois chamou sua mãe, Debbie Reynolds para acompanhá-la. Na sua última aparição importante e emocionante em "Rogue One”. Leia ao receber o chip para neutralizar a arma aniquiladora do icônico Darth Vader, expressou uma profecia sem ficção: “isto é a nossa esperança”.
Na plateia um professor que desencarnou aos 100 anos, provavelmente ensinava aos mais angustiados que “Saudade, mais do que ausência é a vontade da presença”.
A vida não vem com prazo de validade nem dá garantias. Cada fim de ano é uma oportunidade para reunir afetos – riso e choro, inclusive. Comemore. Mesmo com um lugar vago à mesa. O brinde à vida não pode esperar.
Os imprevistos das guerras continuam. O trauma de crianças de Aleppo é tão grande que elas não choram mais. Valha-nos Deus!
Todas as notícias de 2016 no mundo não foram tão ruins que não sobrasse conhecimento. Que a PAZ seja o caminho diria Ghandi.
E assim, com quase nada de novo de ética e correção moral que tanto faz falta no pessoal e no público, encerramos o glorioso 2016. Que Deus o tenha.
Desejo que tudo nesse país seja feito pela Lei, vontade popular normatizada e não pelo o que alguns querem.
Que a mesa seja farta e a saúde também. Sem mágicas. Já pensou que show!
FELIZ 2017


Biografia:
Escritor amador - Articulista em jornais, revistas, sites, grupos e listas de discussão, do ponto de vista bio-psico-sócio-espiritual. Autor dos livros: Vida de Autista; Autismo - Deslizando nas Ondas; Deficiência ou Eficiência – Autismo uma leitura espiritual e Vivo e Imortal - Ensinando a Aprender e Adoção - O Parto do Coração.Vida de Autista... E Eles Cresceram. Autista... Os Pequenos Nadas. Brasileiro,casado com Roseli Antonia, pai do Eros Daniel, a causa, da Anna Carolina e do Gabriel Lucca os efeitos, nascido em Joinville – SC.
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