Domingos atrás eu estava vendo um jogo de futebol pela televisão, e surpreendido vi o árbitro expulsar de campo um atleta, que tirou a camisa para comemorar o gol que marcara. A expulsão pode ter sido por atentado ao pudor frente a milhares de pessoas na torcida, pensei, já que sem camisa, o atleta ficou praticamente desnudo, ou ainda pelas absurdas tatuagens que, do pescoço até a barriga estigmatizavam seu corpo à vista, numa exposição disforme daquelas figuras tribais, assustadoras.
Após a expulsão, já em entrevistas, o atleta sem aparentar importância pela expulsão de campo, tentava desvendar preconceitos contra as tatuagens, assumindo sua fantasia e que fazia por gosto, explicando as imagens e seus significados, relacionados com sua vida e seus amores, ora, ora.
È necessário que se compreenda as razões de alguém tatuar parte do seu corpo, pois além da estética vaidosamente cultuada, modismos ocasionais, disfarces e até acobertamento de cicatrizes, são vínculos reencarnatórios que transitam pelo inconsciente do indivíduo, transfigurações e até aberrações como é comum se ver.
Pessoas que tatuam grande parte do corpo, igualmente implantando piercings, são espíritos que ainda trazem valores vivos de antigas encarnações, quando as culturas de povos se utilizavam desses artifícios para destaque ou imposição temerária.
Nada há na Doutrina Espírita que coíba esse uso, no entanto ela ensina que o uso deve ser decidido de plena consciência, sem motivos funestos ou inconveniências, desmerecendo a pessoa ou deturpando seu caráter, fazendo da tatuagem uma agressão para si e para quem o vê fugindo de padrões comportamentais normalmente aceitos, que implicarão em consequências diferentes no mundo espiritual, pois cada qual está na situação de elevação que já tenha conquistado.
A Doutrina dos Espíritos não proíbe - esclarece. Não condena - conscientiza. Não se coloca “em cima do muro”, mas ensina como construir e trilhar o melhor caminho.
Uma tatuagem por si só não faz ninguém melhor ou pior. No entanto, perguntemos o que está por detrás dela? Quais sãos os sentimentos, os anseios, as crenças daqueles que cobrem seus corpos com tais símbolos?
O Espiritismo não julga, porém explica que, com o amadurecimento, a pessoa cultivará apenas os valores que nortearão sua verdadeira vida.
Tatuagens, piercings, são todas práticas transitórias. Contudo, se tais pessoas estão abaladas, desequilibradas emocional e espiritualmente, quebram a barreira do bom senso e do discernimento, provocando e atraindo para si dores e sofrimentos.
A Doutrina Consoladora busca no íntimo do ser o seu real problema, convidando ao autoconhecimento e ao exercício do autoaprimoramento pelo bom senso, amor a si mesmo e pelos outros, equilíbrio e a busca incessante ao Pai Criador através da reforma íntima, que só trará felicidade, quando então no amanhã terá conquistado os verdadeiros valores espirituais, pois entenderá aquilo que é superficial.
Experiências condizentes ou não com as Leis Naturais, serão ensinamentos que todos compreenderão, quando então nem assuntos superficiais como este aqui discutiremos, desnecessários que serão, pois estará em pauta de discussão à alma como valor maior e não marcas com cicatrizes que trazem sofrimento.
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