Para muitos, ser “amigo de Deus” é como ser amigo de gente rica, famosa ou poderosa: você serve de capacho a essa pessoa, mas em troca vive à sombra dela querendo ser ela, imitando ela e vivendo sob sua influência para conseguir diversos favores sociais como recompensa usando essa amizade como carta de crédito. Um tipo de relação cujo elo de ligação é baseado na soberba, ganancia, desejo de fama e gloria própria em nome de uma marca maior. É nesse modelo de relação de troca de influência que muitos passam a fazer parte dos “planos de Deus”, se tornando capachos de lideranças eclesiásticas para depois terem vários capachos abaixo de si, quando chegar o seu grade dia de “exaltação” dando continuidade a um sistema medíocre de relações humanas os quais os mesmo denominam como “obra de Deus”. Nessa linha de raciocínio, até que chegue o dia de exaltação para determinada pessoa, vários tapetes foram puxados, várias calunias e mentiras foram inventadas, várias pessoas foram feridas, várias imoralidades cometidas, e o futuro “queridinho do senhor” teve de descer aos mais baixos níveis de consciência humana para se adequar a esse tal “plano de Deus” dentro dos círculos de fé cristã em grandes partes das igrejas atuais. Um estágio onde a bosta estar sendo graduada a merda, mas pensa estar recebendo algum título de “honoris causa”. Se alguém for eleito por mérito nesses grupos, não irá durar muito tempo pois irá expor a público ainda que sem palavras, a inutilidade do próprio sistema.
Existe um “nervo”, na personalidade de cada um de nós, que pode ser acionado facilmente, com uma simples promessa de sonho de grandeza. Prometa a uma pessoa comum que ela pode ser grande, poderosa e ter domínio sobre outras pessoas, que é possível ressuscitar até dos mortos aquele que estava na mesa de uma UTI prestes a dar o seu último suspiro. Isso serve pra qualquer cargo, vaga ou título a ser conquistado dentro ou fora dos círculos religiosos. Se nessa promessa vier embutido ainda que vagamente a ideia de ser reconhecido publicamente por alguma coisa útil ou fútil, as pessoas comuns farão de tudo pra alcança-lo. Mesmo que a promessa desse reconhecimento não venha nessa vida, mas se vier na outra, já é alguma coisa pra muita gente. Nessa promessa homens bombas se explodem todos os dias. Nessa promessa muitos cristão assinam o próprio termo de morte em países mulçumanos por não negar sua fé, na simples esperança de um dia estar ao lado do cara famoso (Deus, Allah) e ser prestigiado por algo (f)útil que fizeram. Basta criar no outro a mínima perspectiva que nem que seja por um dia ele será superior a alguém e as pessoas farão as coisas mais loucas possíveis.
Homens como Alexandre o grande, Ciro, vários Césares, Hitler, e tantos outros grandes (loucos) generais que já comandaram guerras (inúteis), sabiam muito bem o poder de aliciar o sonho de grandeza dentro das pessoas. “Seu nome será imortalizado”, “a sua pátria depende de você”, “você nunca será esquecido”, “em minha frente estão os homens mais bravos que esse planeta já produziu”, “o deuses registram hoje vossa bravura, tudo será retribuído, nada será esquecido” ...Essas frases, falada em tom de voz certo era capaz de produzir algo semelhante a um orgasmo ao ouvido de quem ouvia, e o filho dessa relação gerada pelo massagear do ego, era morte e destruição na certa. A história sequer jamais irá saber quantos foram ao certo nem os nomes daqueles que morreram em busca dessa imortalidade e glória inútil, salvo os nomes apenas do grandes comandantes, os demais serão conhecido apenas no coletivo como “exército de Hitler, Cesar, ou Alexandre”. Queriam ser lembrados e imortalizados como pessoas, mas apenas os seus líderes o foram. Os demais serviram apenas de massa de manobra, multidão anônima, citada apenas no coletivo. Considerando que precisamos de pelo menos o nome ou característica física de uma pessoa para lembrar-se dela, eu diria que essas pessoas foram enganadas quanto a propaganda de serem imortalizadas e morreram em vão.
Os líderes eclesiásticos de hoje fazem algo semelhante, mas de modo disfarçado chamam isso de “obra do senhor”. Do mesmo modo que grandes generais invadiam cidades para uma guerra sem causa e sem razões no passado, apenas pelo estupido desejo de conquista e deixar na história sua marca mesmo que também estes em sua grande maioria acreditavam estar sendo guiados por uma divindade superior, assim, os lideres eclesiásticos de hoje vivem em função de treinar sua equipe para “invadir o território do capeta” e converter outros que não sejam do seu grupo a vir para o grupo do lado de cá, mesmo os tais já se declarando serem cristãos e servirem a mesma trindade.
Cada grupo se aperfeiçoa em um ponto de vista teológico de um reformador cristão e faz desse ponto de vista sua verdade universal, e a grande “missão de “Deus” segundo estes, será desfazer as “heresias” do outro grupo e implantar a “doutrina verdadeira”. Católicos, anabatistas, presbiterianos, sabatistas, wesleyanos, luteranos, metodistas, calvinistas, seguidores do Rev. Moon, seguidores de Paul Yonggi Cho e outros grupos de minorias, as vezes sangram os fiéis até o último centavo, explorando tempo e dinheiro dos mesmos, para investir em campanhas missionarias com o intuito de converter os de outra linha de pensamento ao seu ponto de vista, tirando-os de sua “falsa cristandade” e trazendo estes a “luz verdadeira”. Em um passado não muito distante, esses conflitos eram abertos e acabavam em violência e morte. Hoje funcionam no estilo guerra fria, quando estão juntos fingem se gostar, mas na primeira oportunidade chamam os membros uns dos outros para o “caminho certo”. Nesses convites, sempre vem a frase que meche os corações dos fracos: “Deus tem um plano em sua vida” ...venha para cá!
Os grupos de teologia individuais dessas igrejas, não servem para falar exatamente sobre a teologia do ponto de vista universal ou a ideia de Deus ao longos dos séculos ou para promover sanidade e menos fanatismo ao grupo, pelo contrário, grupos de teologia que não sejam livres de instituição religiosa servem apenas para blindar os “teólogos” contra as heresias do outro grupo. Se fecham em suas próprias verdades e nem sequer param para analisar qualquer outra linha de pensamento que não sejam as deles, e quando vão faze-lo, procuram antes os erros da vida pessoal do autor para desprezar suas ideias. Levam pra o lado pessoal quando eram pra avaliar um pensamento de outro grupo, mas encobrem todo erro transgressão pessoal do fundador do seu grupo quando deveriam avaliar o devasso estilo de vida do mesmo. Avaliam a ideia quando é pra avaliar o transmissor e avaliam o transmissor quando deveriam avaliar a ideia, ou sejam, são programados para aceitar ou rejeitar apenas o que a liderança eclesiástica do grupo privado diz pra aceitar ou recusar. Transformam uma nobre missão numa grande opressão e depois chamam de iluminação.
Importante observar, que o jesus cristão representando por mais de 32 mil representações particulares de denominações evangélicas somente no brasil não decidiu ainda de que lado quer ficar, e o mesmo financia sua “obra” em todas elas, cujo único objetivo não é ensinar um estilo de vida as pessoas baseado na lei da partilha, da reciprocidade e do amor ao próximo, mas o jesus cristão dessas denominações estar plenamente satisfeito que o cidadão seja um polidor de bancos usando seu traseiro enquanto ouve baboseiras das lideranças, e seja objeto de disputa dos líderes maquiavélicos, que andam em busca de ovelhas em currais uns dos outros para ordenha própria. O jesus cristão dos evangélicos adora ver centenas de milhões de reais sendo retirado do bolso das pessoas para financiar campanhas de conversões, num pais que já se declara cristão desde o início da colonização, e mesmo sem você querer já te consideram cristão só por ter nascido aqui. Já pensou? Financiar campanhas e cruzadas cristãs, num pais cristão, para convidarem pessoas a serem cristãs? Há muita redundância, muita ganancia ou muita loucura nesses atos. Há modelos de igrejas por exemplo, que cada vez que alguém sai de uma e entra em outra, terá de renunciar o batismo e todo o credo anterior para receber agora a “crença verdadeira”. Já conheci vários perturbados mentais, que foram rebatizados em mais de 5 igrejas diferentes, e ainda assim temem o inferno e por sua salvação pois estão em dúvida se a que atualmente frequentam seja a verdadeira, no meio de tantas que se dizem ser.
Há algo que me intriga e sempre me intrigou nesse profundo amor e “plano de Deus” na vida de um fiel de fé cristã evangélica. Veja: “Deus”, pede dinheiro ao povo a todo instante na igreja pra financiar sua obra. Sua obra consiste em trazer pessoas já cristãs, para dentro de igrejas cristãs, apenas mudando a placa da igreja. Os crentes são ensinados a evangelizar e paparicar qualquer pessoa por anos a fio até que a pessoa aceite a jesus, e venha fazer parte daquela igreja pois “Deus tem um plano” na vida daquela pessoa, até que um dia aquela pessoa vem e aceita. Todos fazem festa, pulam, catam, etc. Mas o plano e o amor de Deus na vida do tal se acabam exatamente no dia em que aquele individuo consciente, se recusa a se submeter a um capricho abusivo do seu pastor. Nesse dia o amor morre e os planos de Deus deixam de existir sob a vida daquele sujeito que um dia foi objeto de cortejo de muitos crentes. Qualquer pessoa que “Deus” amou quando estava fora da igreja, agora é aborrecida por Ele e até pela igreja, pelo simples fato de dizer não ao abuso de autoridade ou intromissão pessoal de um líder na vida de um fiel.
Não te parece incrível que o amor incondicional de Deus esteja condicionado a relação de submissão cega as lideranças que dizem ser seus representantes? Não te é estranho que o objeto de desejo se torne o objeto de repulsa num piscar de olhos? Não te é estranho que o mesmo pastor que orava pra Deus te salvar, agora é o mesmo que ora pra Deus te matar a você e sua família só por que você não quis ser um trouxa? Não te é estranho que um mesmo pastor que ora pra Deus guardar um marginal em troca de tiros com a polícia, que nunca fez nada pela igreja, agora ora pra vir maldição na vida de um membro que sempre ajudou a igreja e estava nos planos de Deus até o dia deste sair da obediência cega da liderança? Não te é estranho que só há planos e projetos para pessoas que se submetem sem questionar as lideranças, mesmo que estas pessoas sejam imorais, pervertidas e um prejuízo a sociedade como um todo? Não te parece pobre demais que os planos de Deus para a vida de um homem venha ser o de alguém pôr uma gravata e paletó, receber uma autorização do seu líder, colocar uma bíblia embaixo do braço e sair chamando todo mundo de pecador e “fio du cão”? Não te parece muito pobre a uma mulher que os planos de Deus para sua vida se resuma em não usar brinco, batom, ornamentos para a beleza, e viver reprimida sexualmente para ser aceita num grupo de pessoas paranoicas? É incrível como o tempo e o dinheiro das pessoas são desperdiçados pra trazer gente pra uma igreja, para depois estas mesmas serem expulsas pelas mesmas pessoas que as trouxeram, se algum dia o novo visitante vier a ter um posição de destaque superior ao que lhe conduziu ao “aprisco” ou se não quiser ser um “militonto”. É um tipo de amor que só sabe amar quando estar longe, pois quando estar perto não consegue conviver com a presença do outro, pois o vê apenas como concorrência. Por esse motivo também se gastam fortunas com campanhas missionarias em países de alto risco, pois os que aceitam a jesus lá, certamente morrerão antes de vir a igreja de quem financiou sua entrada e desse modo não poderá disputar cargos com ninguém. Observe que as igrejas em comum tem uma taxa de crescimento muito lento. Para cada 5 pessoas que entram numa igreja, quatro delas costumam sair ou são pescados por outras igrejas. Fica um montão de crente, evangelizando crente, prometendo carisma só até o momento da conversão, para depois se atritarem e se ofenderem pelo resto de sua existência dentro de um ambiente infernal.
Então, os planos de Deus para a vida de uma pessoa se resume a receber um cargo concedido por meio de bajulação a uma liderança evangélica? Buahhhh. Que plano furado! Estar dentro da vontade de Deus significa ser capacho e feito de trouxa por líderes cobiçosos para depois ter outros capachos aos seus pés quando subir de nível? Deus me livre! Ser aceito por Deus significa baixar a guarda de sua moral e dos seus princípios para se adequar a uma frequência mental que beira a dos seres das trevas? Longe de mim! Lutar pelo reino de Deus significa medir forças constantes com outra linha de pensamento apenas pra ver por meio da retorica qual é a melhor? Que babaquice! Evangelizar é amar uma pessoa quando estar longe e aborrece-la quando ela estar perto? Que contradição! Ser um escolhido de Deus é o mesmo que ser um escolhido da liderança por ter vivido uma vida de cão de guarda? Prefiro não ser escolhido! Estar tudo errado! Para tudo e vamos recomeçar se for necessário! O pior tipo de escravo é o que escraviza outros escravos ao invés de se unir e juntos buscar a liberdade. Esse modelo de plano de Deus, não passa de uma armadilha pra pegar gente que não conhece os próprios sentimentos e confunde tudo que sente com revelação de Deus. Esse tipo de plano de Deus não passa de um sistema para gerar renda infinita somente aos que são da elite gospel. Esse tipo de plano não passa de sistema para acorrentar pessoas pelo medo e ganancia própria!
Se no plano das ideias referente ao sagrado nos dar o livre direito de desenhar um Deus conforme nossas necessidades (é o que a história secular, a bíblia e a própria teologia provam!), por que não desenhamos um que o respeito as pessoas, a luz da razão e a lógica dos fatos esteja atrelada a fé? Se podemos confabular, por que não confabulamos a liberdade coletiva ao invés da opressão massiva? Se há realmente um plano de Deus, por que esse só pode acontecer se for dentro de uma igreja cristã sob a benção de inescrupulosos líderes desta casa? Quem garantem que realmente esses homens são homens de Deus? Hoje qualquer louco e imoral que porte uma bíblia tem licença própria para se autodenominar o que quiser! O que a grande maioria destes falam não condiz com o próprio estilo de vida! Será que os planos de Deus consiste no aliciamento da opinião alheia? Será que ele não se garante de quem realmente és para que precisa que o tempo inteiro que gastemos nosso tempo e dinheiro para converter pessoas já convertidas ao cristianismo? Quanta confusão!
Venhamos e convenhamos, aceitem ou não, o sistema religioso tem se tornado (ou sempre foi) apenas uma extensão do braço político, onde o mais importante não é construir algo útil com o povo em favor do povo, mas sim destruir algo de outro povo ou partido e usar como troféu. Não é uma vida pautada no crescimento próprio, mas um estilo de vida que visa a queda e opressão dos que não estão conosco, onde só acreditamos que subimos quando derrubamos outros. É como estar em um grande jogo de futebol com milhares de pessoas. A bola é o objeto principal de todos estarem ali. Os jogadores apenas se esforçarão para atingir lado oposto e cada um torcendo pra que o outro venha a perder. Só há vitória se o outro for derrotado e humilhado. Assim tem se mantido o pensamento religioso cristão. Nesses moldes funcionam os “planos de Deus” vendido sob uma placa de igreja cristã.
Sou a favor da liberdade de expressão religiosa, mas sempre fui e serei contra os que vendem gato por lebre, que usam uma marca quase que mundialmente conhecida como se fossem a própria marca ou se tivessem direitos autorais sob a mesma.
A fé é um mecanismo poderosíssimo que nossa raça possui. Para o nosso bem ou para o nosso mal os que nos governam a estimula. Por ela somos capazes de erguer e destruir impérios, criar ou tornar obsoleto a ideia dos deuses que cultuamos. Se um touro soubesse a força que tem, não deixaria que um homem o dominasse. Se o homem soubesse que suas crenças podem aprisiona-lo ou liberta-lo teríamos uma sociedade bem mais evoluída. Quando entendermos que os planos de Deus não estão sob a jurisdição de outra pessoal falha ou pior que nós mesmo, poderemos então entender o que significa o Um em todos e todos no Um.
Escrito em 11 de Novembro de 2016
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