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Texto selecionado
Confissão tardia |
Roberto Queiroz |
Pai,
Eu sei que nunca lhe disse as palavras que eu mais precisava
eu sei...
Não sei se tenho a consciência
depois de tantos anos
de...
Como é que eu vou dizer isso agora?
Assim?
Desse jeito?
A verdade...
A verdade é que eu tive todas as chances do mundo
de ser um filho melhor
um filho que dialogasse
ao invés de simplesmente ficar olhando você
olhando e nada mais.
Eu sei...
Eu sei...
A vida ou as pessoas que me cercam
tentaram fazer com que eu me sentisse melhor
disseram: "não foi bem assim",
"você não teve culpa",
"você fez o melhor que pôde".
Será?
Eu passei...
Acho que eu passei...
A maior parte da minha vida
fugindo de mim mesmo
dos compromissos.
Eu nunca fui um homem de compromissos.
Acho que, no final das contas, esse sempre foi o maior dos meus defeitos.
Talvez você esteja pensando aí em cima:
"o que é que eu tenho a ver com tudo isso?"
Tudo
Você sempre teve tudo a ver com isso.
Eu
é que nunca te entendi direito.
E como me arrependo!
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Biografia: Crítico cultural, morador da Leopoldina, amante do cinema, da literatura, do teatro e da música e sempre cheio de novas ideias. |
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