Um dia, quando não estiveres mais neste mundo,
lembre-se dos seus rastros, do quanto foi fundo
nas relações humanas, lembre-se do significado
de ter vivido sem ter nada falsificado,
da mão que lançou para alcançar seus diplomas,
do peito que estufou para dizer seus axiomas,
lembre-se que pisou sobre a grama e não sobre pessoas,
que ouviu dos lábios da grama o gemido e não da voz que soa
vindo de dentro do peito de quem cruzou pelo caminho,
lembre-se que o que bebeu não foi fel e, sim, vinho...
Enquanto permanece andando sobre este amado planeta,
lembre-se que podem sair belas palavras, ou não, de sua caneta,
da lua que vê pela sua janela, dos homens sobre ela,
dos países repartidos pelas facas dos impérios sacrificiais,
que vive livre não como os que estão nos zoológicos, os animais,
desça ao mais fundo de sua humana emoção,
livre das amarras de falsos amores seu coração,
ponha em sua poesia os caminhos para a liberdade,
escreva sobre as mentiras, mas só diga a verdade...
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