Imenso rio que apenas flui,
Brinca e engana a mente.
Aqui, certeza não se inclui!
Carrega somente o presente,
Molda tudo diferente.
Nas margens estorva outras vidas,
No cerne não dá pé.
É sem tempo para despedidas!
Imenso rio que apenas é,
Tão imenso que não carece fé.
Na brusca descida é rápido,
Atira-se de larga altura.
Assim torna tudo sápido.
Percola por qualquer fissura,
Transforma qualquer criatura.
No quase plano, ameniza.
Percorre sinuoso caminho
Pelas sombras, mimetiza.
Em curva aleatória faz ninho,
Cuida o amor, a paz e carinho.
Na foz, sabe que é eterno
E não tem mais cangalha.
Em imenso espaço interno,
Apenas, apenas se espalha
E se espalha.
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