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Primeiro caderno amarelo -III
R.N.Rodrigues



III

Terça -feira de manhã na oficina. Cortei a chapa no meio e agora corto a lateral, mas vacilei e machuquei a mão. Dei uma pausa para ler o jornal.

Meio-dia nublado depois de um chuvisco. Seu Dracula, pedreiro, carreiro e futuro motorista (ele esta estudando na auto escola para tirar a habilitação ou seje a sonhada carteira de motorista) carrega tranquilamente a sua carroça, estacionada sobre a calçada de seu Nonato Cardoso. Dois dedos da minha mão esquerda estão inchados devido a martelada, a talhadeira sacou de lado e o martelo de bola desceu sobre eles. Mais tudo bem, a chapa está cortada . Meu amado filho já esta em casa. De repente na ida, resolvi interpelar “Negão” ou meu “compadre” Marron, irmão de meu amigo Tuuú. Seu Bert com sua carroça cheia de capim cortado desde as dez por ele mesmo no capinzal lá de baixo, para diante do portão de meu vizinho do lado para deixar um maço para a esposa de seu Biné. Marron estava sentado no grande banco de madeira que fica de frente na calçada do Bar de Dona Antonia, ex-senhora Walter Gratz. Levou-me até o rapaz que nunca imaginei estaria envolvido com o trafico. Acompanhei-o até em frente a casa dele – filho de uma grande amiga de Dona Van – confesso que fiquei surpreso quando Marrom fez o sinal e ele aproximou-se cautelosamente, encarando-me só com um olho.

- Traz uma para Seu Raimundo – Disse-lhe Marrom nu da cintura pra cima com uma bermuda jeans desquarada – O rapaz deu meia-volta e adentrou na sua residência, bem –exposta quase que na Praça, olhada de vários ângulos desconhecidos – mas antes Marrom me disse que o ‘o moleque” tinha apenas “tof-tof”, uma maconha prensada e super chiladeira que ainda não tinha experimentado ..

- Poxa Marrom, aqui é foda, a vista de todos – estamos cercados por todos os lados. Ainda bem que B. não pode dizer nada e que Seu V. na enxerga bem, portanto estamos fora – disse-lhe um pouco apreensivo pela demora. Minutos depois ouço o ranger dos gonzos do portão de ferro. Marrom afastou-se um pouco e eu aproximei-me do rapaz. Puxei a porta-cedula e tirei uma cédula de cinco reais e entreguei-lhe subrepticialmente quando estávamos bastante próximos bem no canto do portão, abrir a carteira e disse-lhe:

- Joga aqui dentro – fiz o sinal apontando com o bico de beiço.

Ele não perdeu tempo coloquei no bolso traseiro da bermuda suja e rasgada e tratei de me afastar o mais rápido possível – dei cinqüenta centavos para Marrom tomar um trago e destinei-me em direção a casa de meu filhote. A porta do porto estacava fechada, comecei a chama-lo pela fenda da caixa do correio.

-Dudu, Dudu – no terceiro grito ouvir a voz dele sonolenta.

- Oh! Pai já vou.

Ok, acenei com a cabeça e voltei para porta. Minuto depois ele abria com a cara de sono e de calção vermelho. Dei-lhe um abraço, ele sorriu. Entrei. Como de praxe, ocorreu como sempre. Assistimos juntos o desenho animado “Bob Esponja, calça quadrada”.

De volta ao atelier, parei no Cardozo para prosear um pouco – ele estava arrumando as mercadorias nas prateleiras . Perguntei por Charles Brown, um amigo que agora passa por uma situação delicada, ex-motorista do Tribunal. Respondeu-me meio – evasivamente. Minuto depois chega Zechinho, um amante das pedras do diabo pede uma dose de cachaça. Estranhei e fiz um comentário e ele retrucou de imediato. Minha vizinha da frente vai levar a filha pequena para a aula particular .

Noite – III Casa Bamba

Um porco grunhi na rua. Começa o Jornal Nacional. Meu dedo da mão esquerda inflamado. Super bem, depois de mais uma rodada de “tof-tof” no fundo da oficina fechada. Dois dias sem escrever em francês, mas lendo o livro “Opium Rouge” de Bernard Moinet. Uma aventura no sudeste asiático, a guerra dos franceses contra os vietcongs do mestre Ho Chi- Min e do grande General Von Giap – os mesmos que derrotaram e expulsaram os poderoso americanos. O parque de Diversão Bola de Prata esta desmontando os seus brinquedos. Mas antes descer para l’atelier dei um tempo com a rapaziada de copo. Seu Riba, Matraquinha e Gato Guerreiro estavam lá sentados no malecon depois mudamos para o banco tradicional dos papudinhos, onde ficamos conversando amenidades até a chegada do grande Mano Brown ou Maninho. Minha Cunhada prepara o mingau de mamãe, ela não quer mais se alimentar. Ela insiste com impaciência:

- Quero ver a senhora não quer mais comer – Comenta em voz alta. Larissa no computador, Clarinha deitada no quarto. Professor também – dois gatos deitados no sofá. Minha cunhada abre a porta e sai para o terraço com um cigarro aceso preso nos lábios. O casal de cães deitados no chão

Ontem achei quinze reais na calçada do Ferronorte no bairro da Areinha, quando vinha de comprar uma barra para fazer a cruz da mãe de Zeca Handicap. Minha cunhada entra e senta na sua cadeira com o cigarro aceso e começa a fazer uma espécie de tricô. O Jornal Nacional, os apresentadores despedem-se de seu publico com tradicional:

- Boa noite.

21:40 – Jantei ainda pouco, depois uma café e agora uma “careta”. Dada, a minha adorável cunhada conversando, Clarinha tosse no quarto. A pequena Adriele foi com a mãe. Todos em casa.

23:00 – Assistindo o clássico de 78, a época das discotecas – “Saturday Night fever” com o grande ator americano Jonh Travolta ainda jovem. O assisti a primeira vez no cinema, não me lembro qual deles. – Sim lembro-me foi no Cine Éden da rua grande – Ainda hoje gosto muito da trilha sonora dos irmãos Gibs ou the Bee Gees.

Extraido do livro "Enquanto Escrevo" da editora Clube de Autores (www.clubedeautores.com.br)


Biografia:
Sou ludovicense, serralheiro e adoro escrever. ja publiquei dois livros de poesias e agora estou publicando os meus poemas no site francês.
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