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Primeiro caderno amarelo
R.N.Rodrigues

Não sei como aconteceu, só sei que estou vivendo. Como começar uma nova historia que nunca se realizou. Confesso que estou perdido.....

Era uma típica tarde de quinta-feira de maio de 2012. Cheguei as doze e trinta, mas antes passei na “bocada” para adquirir a panaceia para os meus sofrimentos. Neste fim de semana passada e os dois primeiros dias desta extrapolei no álcool abusivo. E ontem e hoje ainda sinto os resquícios de uma abusada ressaca. Mas mesmo ao contrario de ontem, trabalhei e ganhei o necessário para a minha subsistência..

Uma lua bonita num céu azulíssimo e sem estrela, o barulho dos carros e suas buzinas na estreita avenida que corta todo o bairro. Depois de minha ablução, almocei meio sem-gosto um repasto de arroz, feijão, a metade de um fígado de galinha cozida regada com azeite de oliva que dormitava na mesa cheia de pratos sujos, enquanto meu irmão mais velho, o chefe do clã ressonava na cama de casal. Minha cunhada cochilava estendida no sofá da pequena sala, minha sobrinha Sara brincava no computador. Maman descansava deitada com os pés fora da rede, a irrequieta Clarinha deambulava de um lado para o outro.

A visita agendada de minha ex—cunhada Tia Helena e seu filho Danilo com meu irmão Biné vieram pegar a pequena Clarinha. Ela vem tomar a benza.

I

Era uma noite de domingo, o sexto dia de maio, minha cunhada estava no quarto dela com as meninas ouvindo suas musicas bregas embalada por doses generosas de vinho misturado com água. Ela abespinhou-se com a pequena Clarinha, a filha de meu sobrinho Danilo. Devo confessar que a mesma é muito mexelhona.Mas é apenas uma pobre criança de seis anos “abandonada” pelos pais numa casa estranha. Fumei um bom ‘baseado’na oficina, a porta é a minha preocupação. Depois de conectar-me com o meu universo particular, deu-me vontade de reler os meus diários que escrevi nos anos 80,quando eu tinha vinte cinco anos ele começa numa terça-feira , 21 de maio de 1985.

Estamos na sala – eu e as duas pequeninas. Adriele, a menor deitada no sofá. Clarinha na cadeira de plástico, onde maman gosta de se sentar. Nós assistimos um desenho animado “Os Simpsons” – mamãe deitada embrulhada no seu lençol na rede no quarto as escuras.A pequena Larissa, a filha adotiva de meu irmão mais velho Professor lava as louças do jantar na pia da cozinha. A cadela Chorrinha deitada perto do sofá.

Professor chega ébrio, abro a porta para ele entrar. Minha cunhada ébria continua ouvindo as suas musicas. Larissa ainda no computador. Assisto um filme de Tarantino “Bastardos Inglórios” – bem interessante . Os gatos no cio brigam entre si. Leio três livros em francês de autores desconhecidos – “Opium Rouge”, “Je reste um barbare” et “Les roses meurent aussi” de um escritor americano Mignon G, Eberhart – todos comprados no sebo de César Gordo rua jacinto Maia - também adquiri a biografia do grande dramaturgo irlandês George Bernard Shaw escrita por seu amigo Frank Harris ( Terminei de lê-lo sexta-feira) e o grande Fitzgerald o clássico “O Grande Gatbsi” – hoje assisti um documentário sobre as cidades historias de Arjanta na Índia, Laribella na Etiópia e Baalbeck no Líbano. Minha cunhada vem para a sala, sentar-se na cadeira de plástico vermelha:

- Faroeste? – Pergunta-me com a voz pastosa de vinho.

Larissa ainda no computador. Um barulho idêntico a um tiro ecoa pras bandas da Praça do Viva. Penso no meu filho. Hoje não bebi nada, assim como ontem também – aliás desde a quarta que não bebo.


Trecho do livro "Enquanto Escrevo" da Editora Clube de Autores (www.clubedeautores.com)


Biografia:
Sou ludovicense, serralheiro e adoro escrever. ja publiquei dois livros de poesias e agora estou publicando os meus poemas no site francês.
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