Pai
dos outros,
que está em vosso céu,
que não se escandaliza com a vida
dos romeiros nas procissões rotineiras,
nem se preocupa com os difamadores,
que habita a casa mais bonita
no topo da colina,
mal se inclina
para ver os que passam se arrastando
à espera do quando...
Pai,
que não reconhece os seus
por não serem aqueles a quem deu
previamente a condição de bula,
lanternas na grande noite escura,
que nem percebe a invasão da ignorância
em suas terras e, em última instância,
não está nem aí pela sua vasta prole,
prefere porções de suflê de nuvens
as quais engole
com o vinho das videiras celestes
onde o homem nunca chegará,
nem que vire santo,
nem que morra de peste...
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