VELHICE
Bordão em punho, roupa remendada,
Olhar cansado, sempre rente ao chão,
És um farrapo e já nos deste o pão,
Hoje porém, ninguém já lembra nada…
Coluna vertebral encorcovada,
Caminha, sem qualquer aspiração!
Pesam-lhe os anos, mais a ingratidão…
Velhice… vives tão abandonada!...
Conserva, embora roto, o seu chapéu…
Não pode comprar outro que é tão caro!
A reforma?!... não dá para comer!...
Será que pode acreditar no céu?...
Na terra, estando tão ao desamparo,
O remédio melhor será… morrer.
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