Dia dos Namorados
Que os solteiros e casados,
Viúvos, divorciados,
Namorem, sem restrições!
Não julguem ser pesadelo
A força do grande apelo
Que emana nos corações...
Se não houver convicção,
Jamais faltou a emoção,
No pulsar do juramento.
Não tentemos sufocar
O que possa, ou não, levar,
Tarde ou cedo, ao casamento.
Qualquer ser humano entende
Que é errando, que se aprende;
Toda a vida foi assim...
E, com muita dignidade,
Vamos fazer a vontade,
Todos, a S. Valentim...
Se um apaixonado é louco,
Um só dia, é muito pouco...
Amemos o ano inteiro!
Na tristeza ou na alegria
Vibremos, companhia
Dum romântico parceiro!
Mas vão muito mais além:
Os elos que o amor contém:
Sonha abraçar toda a terra...
E, se o deixassem reinar,
Saberia aniquilar
Os cancros da fome e a guerra!
Se nós chamamos irmãos,
Porquê espadas nas mãos,
Com medo de cada um?!...
Pobre amor! Vais sucumbir!
E quem poderá sorrir?...
Dos homens?! Talvez nenhum!...
Que mal há numa carícia?
Quem a vê, espalha a notícia,
Com sorrisinho mordaz.
Censuramos, cruelmente,
O que afinal, toda a gente,
Se o conseguir, igual faz...
Amo-te, adulta, solteira!
És talvez a companheira,
Que ninguém aproveitou!
Doloroso, o teu sonhar:
Farias feliz um lar...
Mas... o mundo te ignorou!...
Quer sejas bonitas, eu não,
Tens também um coração,
Que dá, e quer receber!
Eu serei teu namorado;
Pois mesmo a outra ligado,
Amar é como compreender!
Se queres, vem aos meus braços...
Podes chorar teus fracassos,
Neste mundo de egoísmo.
Reconheço não ser santo;
Mas quero enxugar-te o pranto,
Vencendo esse pessimismo!
E tu, mãe sacrificada:
Vives triste, e abandonada...
Ninguém se lembra de ti!
Já vai longe da juventude...
És nobreza, paz, virtude,
Vagueias, só, por aí...
Teus filhos já estão casados;
No dia dos namorados,
Oferecem-te uma flor...
Está murcha... não tem perfume...
E aquela mãe, sem queixume,
Aceita-a, com muito amor...
Num sentimento profundo;
Namorados: neste mundo,
Amai; não matei ninguém!...
Dentro ou fora da família,
Que o amor vença a quezília;
Vosso lema seja o Bem!...
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