APELO, REGRESSO ÀS ORIGENS
Lavoisier tinha razão:
Nada perde a Natureza;
Tudo sabe transformar.
Turista, a restauração
Dum lugarejo é certeza;
Se não crês, vem constatar…
Verás águas cristalinas
Dessedentar, nas alturas,
Os pacatos camponeses.
Seu dorso: íngremes colinas,
Com alegria e tonturas,
Eu palmilhei, tantas vezes…
Inóspito, abandonado,
Na mais rústica apatia,
Choras tua solidão…
Sanguinho, estás ultrajado:
Teus filhos, dia após dia,
Outros rumos buscarão…
Transportes!? Só os pedestres,
Ou de tracção animal,
Perante o sol, chuva ou vento.
Aves, e amoras silvestres
Mitigam quem, afinal,
Labuta, sem um lamento…
Que mudança! Quem diria!
Às origens regressámos,
Sanguinho sê generoso!
Qualquer de nós aprecia
O que outrora desprezámos:
Crê-me um teu filho orgulhoso!
Meu Faial da Terra, vês? !...
Tudo se modificou!
Deixa que eu também reparta
Este festim, com vocês!
Nasci no Sanguinho: Eu sou:
Francisco Medeiros Quarta!..
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