CENA DE NÚMERO UM
VENDO A BANDA PASSAR
“Na mesma Praça,
no mesmo banco,
as mesmas flores,
e o mesmo Jardim...
Pra ver a Banda passar...”
CENA DE NÚMERO DOIS
DANDO MILHO AOS POMBOS
“...Tudo isto acontecendo,
e Eu aqui na Praça
dando milho aos Pombos.”
CENA DE NÚMERO TRÊS
FINGINDO SER ESTÁTUA
Como uma estátua fico a ver
os pombos bicando os meus ombros,
e fazendo outras coisas mais que,
aqui e agora, não convém descrever.
DEBALDE
Há quem viva sempre no passado,
e prefira queixar-se de sua má sorte.
Morre sempre,
como nos joguinhos de vídeo game,
ora em uma fase,
ora em outra.
Há quem nunca chute o balde vazio,
e recomendo que não chute
o balde cheio de leite,
pode ser que doa o pé.
Há quem morra sem nunca virar a mesa.
Não se arrisca e não vive o sonho.
Há quem sempre viva o mesmo projeto,
sem nunca mudar absolutamente nada.
Há quem seja prisioneiro
em uma caixa completamente vazia,
e sem fazer nada para escapar.
Vive sem brilho no olhar,
e sem nenhum prazer.
Há quem não se disponha a viver o novo,
nem queira descortinar novos horizontes.
Há quem viva afogado
até na sua própria sensatez.
Por ter medo de ser livre,
não aspira a liberdade,
Vive como escravo,
ou como escravizado.
Há quem nunca pense em mudar o hábito.
Há quem se acostume com a mesmice.
Há quem se abandone ao sabor dos ventos.
Há quem deixe a vida o levar.
Vive sem a graça de Ser,
“com a boca aberta cheia de dentes,”
ou não, “esperando a morte chegar.”
Tomara que nenhum de nós,
Tomara que nenhum de vocês,
esteja agora nesta situação.
Feliz Ano Novo!
Tércio Sthal
Portal do Poeta Brasileiro
Campinas/SP
2015.
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Biografia: Tércio Sthal, Natural de Tupã, SP, Poeta e Escritor, MBA em Gestão de Pessoas, Cadeira de nº 28 da Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro, com publicações em coletâneas da Shan Editores, Autor de a Cidade das Águas Azuis e O Menino do Dedo Torto, Do Abstrato ao Adjacente, Inferências, Referências e Preferências em http://bookess.com e Lâminas e Recortes em Widbook.com
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