Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
A crônica de uma cronista com problemas crônicos.
Elio Moratori Teixeira

Resumo:
O que nos motiva a escrever? E por que as palavras que temos ao nosso dispor são tão pobres para descrever tudo aquilo que nos cerca?

São tão distantes as palavras das emoções que descrevê-las é sempre um martírio. Mas cabe ao poeta, dotado de um dom indescritível para com as palavras, usá-las com maestria e jogar em nossas caras, de maneira indecente, sua genialidade em nos mostrar os sentimentos no papel.
Acredito eu que, com o passar dos anos, falar de sensações como o amor, a tristeza, a felicidade e a solidão se tornam simples, pois adquirimos a experiência delas na carne. Somos de carne e osso, sentidos e emoções. Somos dotados da capacidade de amar, de sorrir, de chorar, de sonhar.
Sinto, toda vez que sento para escrever, uma inquietação. Não por faltar idéias, mas por existirem mundo em minha mente que são quase intransponíveis ao papel. E que quando passados, perdem toda sua eloqüência de tão reles suas descrições. Talvez seja a mísera habilidade deste autor em descrever os sentimentos, tal como citado acima; ou apenas a dificuldade em ser apenas eu e o texto, eu e a história.
O incômodo e o perfeccionismo são as maiores companhias dos escritores. Nada está realmente concluído. Nada não pode sofrer um último ajuste, retoque, mudança, incremento.
O texto cria vida. Torna-se um filho. Cria um laço de paternidade entre autor e obra, Deus e a Criação. Talvez, e só talvez, sejamos um pouco megalomaníacos. Talvez, e só talvez, criamos alguns monstros dos quais o pé não se encaixa ao resto do corpo. Mas saiba, caro leitor, que em nossas cabeças há sentido!
Sonhos tomam forma de palavra, de parágrafo, de páginas e capítulos. Aquelas pequenas tempestades em nossos cérebros se materializam em nossos meios de escrita. Sim, são nossas idéias que são jogadas, às vezes sem o mínimo de sentido, e compõem a confusão de nossos textos.
As histórias, das mais variadas possíveis, são retalhos de nossas experiências. Costurados um a um formando uma grande colcha colorida. De vez em quando não combina com o resto da mobília, ou do jogo de cama, mas é em si, uma verdadeira obra de arte. Nessa obra temos o reflexo do autor, no grau mais inconsciente de seu ser. Esses retalhos são suas emoções, histórias de vivência, caminhos, escolhas, e tantas outras marcas de suas vidas que é quase impossível distinguir o que é criação e o que é criador. Como pai e filho, novamente, este receber genes e fenótipos desse, tendo muita semelhança entre ambos.
Há um carinho do autor por sua obra. Algo único. Afinal, cria-se uma ligação após horas de duro entalhe. Peça por peça posicionada cuidadosamente em um formato único, original. Muitas vezes, toma a forma da inspiração. Forma de homem, mulher, amigo, amiga, namorado, namorada, pai, mãe, irmão, irmã, tio, sobrinho, papagaio, cachorro...
No fim formamos um enorme castelo de cartas, que no primeiro sopro vem ao chão. Esse sopro é a incompreensão de alguns leitores ante a sensibilidade daquela justaposição de palavras organizadas de forma tão artística. Essa configuração se for bagunçada num mínimo detalhe tira toda a mágica, toda a emoção, todo o sentimento.
De que vale um texto descontextualizado?

Elio Moratori Teixeira
(24/12/2015)


Biografia:
Sou um cronista com crônicos problemas. Juiz Forano, cinéfilo e um leitor que ainda tem muito o que aprender sobre sentimentos. Gosto da forma como as palavras são desafiantes ao se descrever as coisas que nos permeiam. Confuso na maior parte do tempo, e com uma dificuldade de escrever o mundo que tenho na cabeça. Sou apaixonado por ficção, seja ela qual for, crônica, contos e outros tantos.
Número de vezes que este texto foi lido: 61399


Outros títulos do mesmo autor

Contos A morte à espreita Elio Moratori Teixeira
Poesias A quintessência do amor Elio Moratori Teixeira
Crônicas A crônica de uma cronista com problemas crônicos. Elio Moratori Teixeira


Publicações de número 1 até 3 de um total de 3.


escrita@komedi.com.br © 2025
 
  Textos mais lidos
Ao calor do incenso - Flora Fernweh 61822 Visitas
DIA VINTE DE NOVEMBRO – MAIS UM DIA PARA ESQUECER - Antonio de Jesus Trovão 61771 Visitas
Perseverança ou teimosia - Patrícia 61652 Visitas
PERIGOS DA NOITE 4 IND 14 ANOS - paulo ricardo azmbuja fogaça 61532 Visitas
Insônia - Luiz Edmundo Alves 61526 Visitas
O pseudodemocrático prêmio literário Portugal Telecom - R.Roldan-Roldan 61523 Visitas
Canção - valmir viana 61518 Visitas
Viver! - Machado de Assis 61517 Visitas
A menina e o desenho - 61508 Visitas
SILHUETA - MARCO AURÉLIO BICALHO DE ABREU CHAGAS 61502 Visitas

Páginas: Próxima Última